Planejamento é essencial para a aposentadoriaAgência O Dia
Por MARTHA IMENES
Publicado 29/04/2018 03:00 | Atualizado 29/04/2018 08:12

Rio - Com a Reforma da Previdência "estacionada" no Congresso por conta da intervenção federal na Segurança do Rio - que não permite emendas à Constituição, como a PEC 287 -, especialistas orientam a quem vai entrar no mercado de trabalho, ou já cumpre o tempo de serviço, a se planejar para garantir uma aposentadoria mais tranquila no futuro e manter o padrão de vida. Entre as alternativas para dar um "reforço no caixa" lá na frente estão investimentos como poupança, que rendeu 6,6% no ano passado, Tesouro Direto, que tem como base a Taxa Básica de Juros (6,5%) e plano de previdência privada, que oferece faixas de aplicação a partir de R$100. Para quem quer ter uma renda extra de R$ 5 mil, o ideal, segundo a Touareg Seguros, é aplicar R$400 por mês.

Mas por que o planejamento é tão importante? Para Reinaldo Domingos, presidente da Associação Brasileira de Educadores Financeiros (Abefin) e da DSOP Educação Financeira, diante da possibilidade da aprovação da reforma - mesmo que seja pelo próximo presidente da República-, se preparar para ter aposentadoria tranquila é mais do que uma alternativa à conjuntura desfavorável, é uma necessidade para os trabalhadores.

"A aposentadoria pelo INSS é muito importante para os brasileiros e um direito do trabalhador. Entretanto, o valor não é suficiente para manter o padrão e a qualidade de vida", alerta Domingos. E complementa: "A consequência disso é a permanência de muitos aposentados no mercado de trabalho para complementar a renda. E, ao que tudo indica, os trabalhadores se aposentarão cada vez mais tarde, por conta do crescimento da expectativa de vida do brasileiro".

E uma pesquisa divulgada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) reforça a necessidade de planejamento. O levantamento indica que o brasileiro anda meio desligado no que diz respeito ao futuro. De acordo com o documento, oito em cada dez cidadãos (78%) admitem que não estão se preparando para a hora de se aposentar, enquanto apenas 19% dos não-aposentados têm se planejado, percentual que aumenta para 25% entre os homens, 26% entre os mais velhos e 30% nas classes A e B.

A pesquisa identificou ainda os meios mais comuns usados para se preparar de olha na aposentadoria: aplicação em poupança (39%), contribuição previdenciária paga pela empresa (30%) e INSS pago por conta própria (23%).

RISCO AO INVESTIR
Thiago Luchin: trabalhador doméstico é o mais prejudicadoDivulgação
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Saiba como se aposentar
Atualmente, o trabalhadores com carteira assinada ou autônomos podem se aposentar pelo INSS por idade - sendo que precisam completar 60 anos de idade (mulheres) e 65 anos (homens), após terem feito 180 contribuições previdenciárias -; ou por tempo de serviço, ao comprovarem 30 anos de recolhimentos (mulheres) e 35 anos (homens).
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Caso a PEC 287 seja aprovada, a idade mínima para aposentadoria vai passar para 62 anos (mulheres) e 65 (homens) e o tempo de contribuição aumentará para 40 anos, tanto mulheres quanto para os homens.
Além disso, o trabalhador está sujeito ao fator previdenciário que incide no cálculo do benefício. O mecanismo funciona como um redutor e quanto mais novo o segurado se aposenta menor será o valor da aposentadoria. A redução pode chegar a 30%.
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Mas, o trabalhador tem a opção de usar a Fórmula 85/95, para conseguir o benefício integral. A modalidade soma idade e tempo de serviço para determinar se o benefício será concedido, sendo necessários 85 pontos (mulheres) e 95 (homens).
Também é possível se aposentar por invalidez, quando a pessoa, por doença ou acidente, for considerada sem condições de trabalhar por um médico perito da Previdência. Ou ainda obter a aposentadoria especial, modalidade na qual o trabalhador deverá comprovar que atuou em condições prejudiciais à saúde após um determinado período, que pode ser de 15, 20 ou 25 anos, dependendo do tipo de ocupação.
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A estimativa da pesquisa do SPC Brasil é de que cerca de 104,7 milhões de adultos acima de 18 anos não se preparam para aposentadoria.

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