Rio - Quem é usuário contumaz do aplicativo WhatsApp deve ficar atento ao risco de cair em golpes. As mais novas vítimas que caíram em cheio na "pegadinha do zap" foram 600 mil beneficiários do programa Bolsa Família do governo federal em todo o país. Em apenas dois dias, uma mensagem que circulava pelo aplicativo prometia dar quantia extra de dinheiro no mês de maio a quem clicasse em um link que supostamente levaria a um cadastro. De lá, o usuário era levado a divulgar informações pessoais aos criminosos virtuais. O prejuízo às vítimas não foi divulgado pela empresa.
"Este tipo de golpe que é espalhado através de mensagens do WhatsApp busca 'roubar' informações confidenciais de usuários, como dados financeiros, senhas e contas bancárias", alerta Camilo Gutierrez, chefe do laboratório de investigação da ESET América Latina, empresa de segurança da informação.
Há casos, acrescenta Gutierrez, em que os criminosos que atuam na internet fazem com que os usuários registrem o número do seu celular em um serviço Premium SMS. "As pessoas gastam a mais na conta de telefone e não sabem porque", explica.
A quantidade de adeptos desavisados do zap é o que desperta o apetite dos golpistas, afirmam especialistas. O aplicativo tem cerca de 1,5 bilhão de usuários em todo mundo. Pesquisa da ESET mostra que em apenas dois anos houve mais de 22 milhões de vítimas de golpe. E o Brasil figura em segundo lugar na lista dos mais afetados, sendo superado somente pelo México.
FIQUE ALERTA!
"Normalmente esse tipo de fraude pelo aplicativo usa notificações que chamam a atenção dos usuários, como promoções de companhias aéreas, de lojas de cosméticos, de sapatos ou até levando o usuário a pensar que suas informações podem estar em perigo. Assim, quando receber uma mensagem com essas características, o melhor é verificar diretamente no site oficial da marca para ver se a promoção realmente existe ou se é uma farsa", adverte.
Existe também a oferta de novos recursos, como novos emoticons, espionagem de contatos, personalização de design, entre outros. Fique longe delas!
E foi por acreditar que uma grande marca de cosméticos estivesse fazendo campanha promocional pelo WhatsApp que a assistente social Lorena de Almeida Magalhães, 36 anos, moradora da Vila da Penha, espalhou mensagem aparentemente inofensiva. "Há muito tempo recebi brinde por mensagem dessa. Hoje quando recebi, repassei para minha lista de contatos", lamenta Lorena.
"Esse tipo de fraude não possui um tipo de componente malicioso que tenta se instalar no dispositivo, então ele não pode ser identificado por um anti-vírus. Portanto, é importante para o usuário não abrir mensagem desconhecida e não fornecer informações pessoais", orienta Gutierrez.
Em todas as mensagens, seja de cupom ou de anúncios, a premissa é que para receber o benefício o usuário precisa compartilhar a mensagem. Normalmente o link leva o usuário a página de cadastro. Nela são pedidos dados pessoais e outras informações.
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