A questão é: o brasileiro tem poupado, guardado, acumulado o suficiente para o futuro? A resposta é: NÃO. Por isso eu fui ouvir um especialista sobre a importância de se investir na aposentadoria extraoficial ou adicional a fim de se preparar financeiramente para a terceira idade. Raphael Swierczynski é executivo-chefe da Ciclic, primeira fintech de previdência complementar 100% digital no Brasil.
Swierczynski é mais uma voz profissional a alertar que a longevidade do brasileiro está aumentando: "Segundo o IBGE, 30% da população serão formados, em 2028, por pessoas com mais de 50 anos de idade". E quando cresce a expectativa de vida, cresce também a importância de planejar nossa situação financeira na velhice, certo? "Deveria crescer, mas infelizmente isso não acontece no Brasil. Estudos mostram que poupar não é da natureza humana, mas no âmbito nacional essa tendência aqui é especialmente marcante".
O executivo da Ciclic cita levantamento do Datafolha revelando como o brasileiro é imediatista: "Consta que 65% da população não guardam dinheiro para o futuro, número extremamente preocupante em um país onde a ineficiência do sistema previdenciário tornou emergencial uma reforma da previdência, ainda sem data definida. Analisando as projeções de crescimento populacional do país, é fácil entender que, no modelo atual, a previdência social não chegará a 2050 sem uma mudança profunda. As projeções indicam que, do jeito que esta, a previdência oficial no Brasil custará ao país quatro vezes mais do que custa, em média, nas outras nações". Swierczynski lembra de outro dado alarmante: "Um relatório do Banco Mundial projeta que, em 2030, o Brasil terá mais crianças e idosos do que pessoas em idade ativa (15 e 64 anos). Isso gera muita preocupação porque o número de pessoas no mercado de trabalho (produzindo, gerando riqueza e pagando impostos) tende a diminuir".
Ou seja, o Brasil está perto de perder uma vantagem social, econômica e previdenciária chamada "bônus demográfico" (quando o país tem mais jovens do que idosos trabalhando), situação já aproveitada com sucesso na Alemanha e na Coreia do Sul - dois gigantes em educação e inovação.
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