Por O Dia

Rio - Os governantes ignoram que infraestrutura é a mola que alavanca a economia. Esquecem que projetos têm capacidade de baixar custos de logística e estimular produtividade, enquanto desenvolvem cadeias de valor e incentivam o comércio.

O Rio é um deserto em projetos de infraestrutura. Está quebrado e sem condições de investir. A maioria dos municípios (mesmo os de porte e capacidade) tem o mesmo cenário. Possuímos os maiores índices de desemprego do país. O Município do Rio, que nos últimos anos teve curva ascendente de investimentos em infraestrutura, tornou-se um canteiro de obras inacabadas. Algumas são importantes para a população. Exemplos não faltam, o BRT Transbrasil, a conclusão dos Bairros Maravilhas, das Escolas do Amanhã e das Clínicas de Família.

Vale analisar os reflexos da falta de obras indispensáveis nas Rodovias Federais Concessionadas, que dependem, exclusivamente, de vontade política da União. Já o estado abriu Pedido de Manifestação de Interesse para concessionar rodovias. Em avaliação preliminar, seriam investimentos de mais de R$ 5 bi, com a maior parcela vindo da iniciativa privada.

O impacto na economia seria brutal. Cerca de 15 mil empregos poderiam surgir durante a construção. Representaria a injeção de R$250 milhões de massa salarial, de R$ 450 milhões de compras de insumos e de R$ 75 milhões de serviços acessórios (transportes, refeições). Estado e municípios envolvidos usufruiriam de um acréscimo de arrecadação de impostos da ordem de R$ 250 milhões.

Os benefícios com a conclusão dos projetos seriam incalculáveis: redução no tempo de deslocamento, qualidade de vida com ruas pavimentadas, drenagens de águas pluviais, melhorias nas condições de esgoto sanitário e uso equipamentos de Saúde e Educação, estes dois últimos alvos de deficiências na prestação de atendimento aos usuários.

Cito observações do vice-presidente de Infraestrutura do CAF, Banco de Desenvolvimento da América Latina: "O que todos os atores sabem hoje, no entanto, é que, sem um estoque adequado de infraestrutura, é difícil implementar políticas efetivas de desenvolvimento social ou alcançar taxas de crescimento econômico sustentável. A solução é repensar a função econômica e social da infraestrutura".

Luiz Fernando Santos Reis é presidente da Associação das Empresas de Engenharia do Rio de Janeiro (Aeerj)

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