Com ou sem reforma da Previdência, os brasileiros precisam encarar o fato de que não podem mais e não devem mais confiar nos planos que os governos têm para eles. A aposentadoria não pode ser apenas uma política pública de governo, deve ser também um projeto pessoal de futuro simplesmente porque é o futuro que está em jogo.
De direita, de centro ou de esquerda, de corruptos, de picaretas ou de vagabundos, os governos só pensam com a lógica da "próxima eleição". Cabe aos brasileiros pensarem com a lógica da "própria sobrevivência" a fim de promoverem a reforma de suas próprias finanças e de seus próprios hábitos com o dinheiro.
Dito assim, parece difícil... e é. Tudo é uma questão de planejamento. Nenhum futuro é possível sem planejamento planejamento é necessário até numa guerra... onde ele é inútil.
A prova de que é difícil, mas é possível, aparece em nova pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Mostra que 88% dos entrevistados que "se preparam para a aposentadoria" afirmam fazer adaptações no orçamento com o propósito de garantir reserva suficiente. As adaptações incluem reduzir saídas para bares e restaurantes (49%), compra de itens supérfluos em supermercados (46%) e gastos com viagens (40%). Dentre os que se preparam para aposentadoria, 74% confiam que manterão estilo de vida confortável após deixar o mercado de trabalho.
Agora repare que, dito dessa outra maneira, parece simples... e é. Manter o padrão de vida durante a aposentadoria é o desejo profundo de muito brasileiros, principalmente entre os que se preparam. Para isso, no entanto, é necessário e fundamental abrir mão de gastos, caprichos, excessos, desperdícios ou mesmo de algum sonho de consumo sem falar de consumismo.
O bilionário Jeff Bezos, por exemplo, conseguiu convencer a avó a parar de fumar depois de fazer as contas e mostrar a ela quanto tempo e quanto dinheiro a velhinha perdeu comprando e tragando cigarros. Não foi por isso, claro, que o fundador da Amazon se tornou o homem mais rico do mundo, com US$ 120 bilhões no banco. Mas também não foi por acaso que a saúde e as finanças do neto e da vovó melhoraram muito.