Paim: expectativa é de que projeto passe na Câmara até o fim do ano - Marcelo Camargo / Agência Brasil
Paim: expectativa é de que projeto passe na Câmara até o fim do anoMarcelo Camargo / Agência Brasil
Por MARTHA IMENES

Rio - Trabalhadores com doenças incapacitantes poderão receber o auxílio-doença ou a aposentadoria por invalidez do INSS sem precisar esperar o período de carência, ou seja, tempo de contribuição previdenciária que atualmente é de um ano. O Projeto de Lei Suplementar 319/2013, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), foi aprovado por unanimidade na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. A iniciativa determina que pessoas com doenças reumáticas, neuromusculares ou osteoarticulares, como esclerose múltipla, artrite reumatóide ou esclerose lateral amiotrófica, por exemplo, recebam o benefício sem cumprir o prazo.

"Essas doenças são graves e incuráveis e podem prejudicar a capacidade de trabalho do doente e até mesmo levar à morte", adverte o senador. "A expectativa é de que até o fim do ano o projeto seja aprovado na Câmara. Avalio que os demais parlamentares também vão se sensibilizar com a questão", diz Paim.

Para ter direito ao benefício, no entanto, é preciso que a doença tenha provocado incapacidade para o trabalho. Outra condição, segundo a proposta, é que o segurado tenha se filiado ao Regime Geral da Previdência Social (RGPS) antes da manifestação da doença. Ou seja, o texto diz que nem todas as pessoas com as doenças serão beneficiadas. O direito será restrito as que sejam consideradas incapazes de trabalhar devido à doença.

Atualmente, o direito ao benefício já é concedido a quem tem tuberculose ativa, hanseníase (lepra), alienação mental, neoplasia maligna (câncer), cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget, Aids, contaminação por radiação e hepatopatia grave.

O projeto visa alterar a Lei 8.213/1991, que trata sobre os benefícios da Previdência Social. E levou cinco anos em tramitação para chegar à Comissão de Assuntos Econômicos, tendo sido aprovada por unanimidade no último dia 3.

Proposta sem impacto negativo
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Na avaliação do relator do projeto na Comissão de Assuntos Econômicos, senador Cristóvam Buarque (PPS-DF), a proposta não vai impactar negativamente os cofres da Previdência Social.
"O número de pessoas que têm essas doenças (elencadas no projeto) é muito pequeno, mas o impacto ao cuidar desse pessoal é imenso para suas famílias. Então, com um custo mínimo para nós todos, brasileiros, nós vamos trazer benefícios muito altos para um número pequeno de nossos compatriotas", defendeu Cristóvam Buarque.
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Até mesmo senadores da oposição se mostraram favoráveis ao projeto de Paulo Paim. O presidente da CAE, Tasso Jereissati (PSDB-CE), elogiou a iniciativa. "Conheço pessoas com doenças incapacitantes e sei da dimensão do drama que essas pessoas vivem", afirmou.
O projeto foi aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais (CAS) em 11 de dezembro de 2013 e garantiu a aprovação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) em 3 de julho de 2018. Agora a matéria segue para a Câmara dos Deputados.
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Se for aprovada irá à sanção presidencial para ser colocada em prática. Segundo a CAE, a medida é "louvável" quanto ao mérito. "A medida, se aprovada, trará mais justiça social a esses trabalhadores", diz o parecer da comissão.
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