Rio - Os usuários de planos de saúde, que amargam uns apertos no bolso, agora têm como verificar o valor da mensalidade e as opções de convênios médicos que mais se encaixam no orçamento doméstico. Na última semana, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) atualizou uma ferramenta no site que permite ao cliente consultar e comparar os tipos de planos, cobertura, rede credenciada e mensalidade, para só depois decidir qual será contratado. É possível consultar o Guia da ANS no endereço encurtado em https://goo.gl/wFz1jo.
A ferramenta permite a comparação entre planos e exibe informações importantes para orientar a decisão do consumidor, como rede credenciada de cada produto e o preço máximo que a operadora poderá cobrar pelo plano médico-hospitalar. Também informa sobre a portabilidade de carência.
"Acreditamos que essa nova ferramenta vai contribuir muito para subsidiar a escolha do cidadão, pelo acesso intuitivo e fácil navegação, além de trazer mais transparência para o mercado de planos de saúde", afirma Rogério Scarabel, diretor de Normas e Habilitação dos Produtos da ANS.
"É importante que o consumidor saiba que a ferramenta permite consultar os planos mas que a contratação não é mediada pela ANS. Para fazer a contratação ou a portabilidade de carências, é necessário que o consumidor busque diretamente a operadora ou a administradora de benefícios do plano selecionado", informou a agência.
Como consultar
Ao acessar o endereço https://goo.gl/wFz1jo o site da ANS será aberto. Nessa primeira tela, o cliente tem a opção de escolher o local de contratação, como Rio, Espírito Santo, por exemplo. O município e a data de nascimento do usuário. Caso queira especificar a operadora ou o plano de saúde que pretende aderir/contratar é só marcar essa opção.
Neste caso, dá para escolher operadora ou registro do plano. Em seguida clicar em próximo. Abrirá então uma outra página, nela aparece o tipo de contratação, que pode ser Individual/Familiar, Coletivo por Adesão, Coletivo Empresarial.
Em seguida vem o campo Cobertura, em que o usuário marca quantas opções quiser. Entre elas, Ambulatorial Hospitalar Obstetrícia, Ambulatorial Hospitalar Odontológico, Ambulatorial, entre outros. É possível verificar a área de cobertura no item Abrangência Geográfica. Lá, o consumidor informa se ela é estadual, municipal ou nacional.
No que diz respeito à acomodação, é possível escolher quarto particular ou enfermaria. Na tela também pode ser definido o tipo de plano, se tem coparticipação ou franquia, os tipos de pagamento e os valores mínimo e máximo que o cliente poderá desembolsar. Com as informações e valores em mãos, o usuário pode fazer o orçamento familiar e comparar o que será contratado.
Clínicas têm preço mais em conta
Entre as alternativas para quem está sem plano de saúde estão as que são oferecidas por clínicas populares, que têm várias especialidades e os preços das mensalidades cabem no bolso. A Camim, por exemplo, tem sete unidades: Anchieta, Campinho, Campo Grande, Jacarepaguá, Nilópolis, Nova Iguaçu e Realengo. E o valor da mensalidade está a partir de R$ 68. A rede tem laboratório próprio e funciona 24 horas por dia e não tem carência.
O plano oferece 35 especialidades. Entre elas alergista, angiologia, cardiologia, cirurgia geral, clínica geral, ginecologia e obstetrícia, mastologia oftalmologia, pediatria, ortopedia, psiquiatria e otorrinolaringologia.
Um outro exemplo de clínica popular é a MedicMais. Nas opções da rede, uma consulta com o clínico geral, por exemplo, custa em torno de R$ 90, mas há exames a partir de R$ 5. As unidades ficam nos bairros de Taquara, Niterói e Méier. Entre as especialidades e exames estão ginecologia, mamografia, urologia e PSA. A rede também tem dentistas.
Reajustes acima da inflação
A metodologia de correção das mensalidades de planos de saúde pode mudar. Em audiência pública no Senado, o coordenador da ANS, Bruno Morestrello, apresentou a nova proposta de regra para o reajuste dos convênios individuais e familiares. Ele, porém, não disse qual será o índice que será aplicado a partir de maio do ano que vem.
A falta de informação sobre o percentual de reajuste é criticada pela advogada do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Ana Carolina Navarette. "Sem simulação, fica muito difícil para pessoas entenderem o que é que está sendo falado", alegou.
A intenção é mudar o quadro que vem ocorrendo. De 2013 para cá, os planos de saúde tiveram reajustes acima da inflação. Naquele ano, o reajuste foi de 9%, a inflação ficou em 5,9%. No ano seguinte, a inflação ficou em 6,4% e o aumento foi de 9,7%.
Em 2015, o percentual sobre os planos foi de 13,6% e o índice inflacionário, 10,7%. Em 2016, a diferença ficou mais em evidência: 13,6% (reajuste) e 6,3% (inflação).
Um ano depois, a distância foi ainda maior, cerca de pontos percentuais. Enquanto a inflação ficou em 3%, o reajuste foi de 13,6%. Este ano, a mesma linha: inflação em 2,90% e planos subiram 10%.
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