Rio - Os juros menores do empréstimo consignado, que vão de 2,08% a 3% ao mês, e que tanto atraem aposentados do INSS e servidores, servem de isca para golpistas enganarem os mais desavisados. Os "espertinhos" ficam de olho na chance dos segurados se tornarem "fontes de recursos".
Mas, o que deveria ser um benefício para servidores e pessoal do INSS, (taxa baixa e desconto em folha) tem se tornado motivo de dor de cabeça para muitos devido à deduções não autorizadas em seus proventos. Esse tipo de ação de golpistas, inclusive, acendeu a luz vermelha em bancos que trabalham com essa modalidade de crédito, na Secretaria de Previdência e no INSS que adotaram medidas para conter a ação de fraudadores.
Entre as iniciativas apresentadas pelo instituto determina que a partir de março os bancos estarão proibidos de assediar novos aposentados por 180 dias. Os segurados ficarão com os benefícios bloqueados por 90 dias após a concessão, entre outras.
Uma das formas corriqueiras para ludibriar os segurados é quando os golpistas se fazem passar por representantes de bancos e instituições de crédito para oferecer empréstimos. Diante dos riscos de aposentados serem enganados, bancos alertam seus clientes sobre a atuação de fraudadores neste sentido e para que tomem cuidado.
O olho grande dos golpistas cresce devido aos números. Em meados de dezembro, segundo o Banco Central, o consignado bateu recorde histórico: R$ 18,2 bilhões de concessões entre janeiro a outubro de 2018, alta de 33,7% em relação a igual período do ano passado (R$13,599 bilhões).
Em nota, o BMG - um dos principais bancos conveniados à Previdência -, por exemplo, informou que "há pessoas de caráter duvidoso se identificando como seus prepostos ou representantes, que oferecem empréstimos mediante a exigência de pagamento antecipado de valores a título de fiança, seguro-fiança ou tarifas". O banco nega que oferece esse tipo de serviço e solicita que aposentados do INSS denunciem a tentativa de golpe.
Especialistas recomendam ter cuidado, principalmente, com dados pessoais. É preciso ficar atento e lembrar que bancos e instituições públicas não pedem informações por telefone ou e-mail. Em caso de perda ou roubo de documentos, é recomendado registrar a ocorrência na polícia e comunicar o fato a órgãos de proteção ao crédito (SPC e Serasa).
"Ao fornecer documentos a desconhecido, o trabalhador fica vulnerável a todo tipo fraude", alerta Cristiane Saredo, do escritório Vieira e Vieira Assessoria Jurídica e Previdenciária.
É importante destacar que algumas empresas privadas também têm convênio com instituições financeiras para conceder o empréstimo consignado. Portanto, esses trabalhadores também devem ficar atentos.
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