A estudante Karine Ferreira procurou cadernos na Kalunga, no Centro                       -  Estefan Radovicz / Agência O Dia
A estudante Karine Ferreira procurou cadernos na Kalunga, no Centro Estefan Radovicz / Agência O Dia
Por EDDA RIBEIRO*

Rio - Entre as primeiras contas do ano, chega a lista de material escolar. Pais e responsáveis já começaram a busca pelo menor preço, e a diferença do custo dos livros didáticos em livrarias, por exemplo, pode passar de R$ 1 mil, segundo levantamento do DIA. Em lista de itens básicos, a diferença de preços é superior a 140% em cadernos, mochilas e calculadoras. A reportagem reuniu seis produtos, comparou valores em oito lugares e verificou que é possível economizar até R$ 87 de uma loja para outra (veja o quadro abaixo). A saída é os consumidores garimparem promoções no varejo.

As redes Ponto Frio, Casas Bahia e Extra lançaram ofertas em seus respectivos sites. Por exemplo, o Kit com dez cadernos sai a R$ 64,80, e o compasso custa R$ 9,90. Nos estojos, o cliente encontra modelos a partir de R$ 9,90.

Na unidade da Kalunga, do Bangu Shopping e demais lojas da rede, há desconto progressivo na venda de cadernos: ao comprar quatro a seis unidades de 96 folhas cada, o cliente ganha desconto de 5%; sete a 12 unidades, 10%. A promoção se repete para os itens de 200, 300 e 400 folhas, até 10 de março.

Já no Américas Shopping há modelos de kits de mochilas a partir de R$ 199,90, com desenhos como Bob Esponja e Star Wars. Na Livraria Leitura do Bangu Shopping, o Lápis de cor com 12 unidades é vendido por R$ 12,50; na Leader, o estojo infantil por R$ 19,99.

A estudante Karine Ferreira, 15 anos, antecipou as compras com mais de um mês de antecedência para garantir o menor preço. "Minha procura é por itens como cadernos e planners. Vou começar o Ensino Médio técnico na Faetec, e preciso de produtos que ajudem na organização", afirma.

COMPARAR PREÇOS

A comparação do site Buscapé, feita em lojas online, mostra diferença de até 143% em preços de itens como cadernos, mochilas e calculadora, pedidos na maioria das listas de material escolar. Educadora financeira, Cintia Senna orienta pais e filhos a fazerem 'faxina' na casa antes de ir às compras.

Às vezes há material que restou no ano anterior, ou do irmão que está na mesma escola", diz. E depois da limpeza, ir às compras com antecedência, antes que a demanda aumente no comércio.  

Livros didáticos ficam pela metade do valor
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Além do lápis e borracha, os livros acrescentam peso na mochila - e no bolso dos pais e mães. Assim, os responsáveis elaboraram estratégias para que os estudantes tenham os títulos nas mãos, como comprar em sebos e grupos de usados no Facebook. Alessandra Martins, administradora do grupo "Venda, troca ou doação de livros didáticos e paradidáticos 2019 - RJ", conta que a necessidade do menor preço incentivou a criação do espaço.
"Agora em janeiro começa a preocupação. Esse ano a lista de livros do meu filho chega a quase R$ 2 mil. O grupo surgiu por conta desse desespero", explica Alessandra. Quase três mil membros fazem postagens diárias com pedidos de orçamento, ou oferecendo exemplares para venda e doação.
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Segundo consulta do DIA, relação de 13 livros didáticos da Escola Parque para o 1° ano no Ensino Médio, o total gasto, em média, para um aluno, é de R$ 2.230,10, comprando na livraria Saraiva.com.
O custo aumenta para R$ 2.279 se comprando na rede da livraria Travessa. O valor total, se comprando no sebo Estante Virtual, fica em R$ 1.098.
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A discrepância se repete na comparação feita em lista do Colégio Hélio Alonso, no 5° Ano. Os livros títulos solicitados custam R$ 1.105,70 na Saraiva, enquanto que, na Estante Virtual, saem com R$ 313 de diferença.
INCENTIVO À TROCA
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Outra atividade é a troca de material didático, principalmente os livros. O chamado "Troca-Troca de Livros Didáticos", da Escola Parque, já está em sua quarta edição. A ideia surgiu em 2014 com um grupo de pais e se alinhou com os trabalhos de Economia Colaborativa da instituição.
Os alunos e responsáveis levam didáticos e paradidáticos usados para trocar, desde que estejam em bom estado e na lista de material do ano seguinte. Cada livro é trocado por uma moeda simbólica, usada para obter a obra desejada.
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A designer Nathalie Kuperman, 44, é mãe de duas crianças na Escola Parque, e diz que todo ano a economia na compra de livros aumenta. "Em 2018, tive gasto zero por conta da troca, enquanto que teria custo de quase R$ 2 mil na lista", revela.
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O que não pode ser pedido
Após recebimento da lista, os pais devem fazer um filtro prévio. O Procon Carioca orienta que, mesmo que a escola insista, não é permitido que solicite compra de material exclusivo, como agendas ou cadernos. A aquisição deve ser livre, e feita em qualquer estabelecimento.
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Outro aviso é sobre pedidos de material de uso coletivo, como papel higiênico e produtos de limpeza. O custo destes utensílios deve estar embutido já na taxa de matrícula.
Já o que for de uso pessoal, como pasta de dente, toalha e shampoo, podem ser solicitados, principalmente se o aluno ficar na escola em tempo integral.
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* Estagiária sob supervisão de Max Leone
 
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