Bombeiros procuram vítimas no entorno de Brumadinho,Minas Gerias,no quarto dia de buscas após o rompimento de uma barragem da Vale Mauro Pimentel / AFP
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Publicado 28/01/2019 11:40 | Atualizado 28/01/2019 11:48

São Paulo - O desastre provocado pelo rompimento de barragem da Vale em Brumadinho (MG) repercute fortemente na reabertura da Bolsa brasileira nesta segunda-feira, após o feriado paulistano na sexta-feira. As ações da Vale perdiam cerca de 19% neste início de pregão, repercutindo a tragédia humana e ambiental. Às 10h45, os títulos da Vale eram cotados a 46,44 reais, uma queda de 17,45% em relação ao fechamento de quinta-feira.

No desastre com o rompimento de barragem da Samarco, em 5 de novembro de 2015, a maior repercussão negativa sobre a ação não foi imediata sobre a ação da Vale. Cerca de três meses depois do acidente, a ação chegou ao piso das cotações, em queda de mais de 50%. Um dia antes do acidente, a ação valia R$ 16,13. No dia 2 de fevereiro de 2016, encerrou o pregão a R$ 7,97. Desse dia até a quinta-feira passada (24/01/2019), quando encerrou a R$ 56,15, a alta acumulada era de mais de 604%.

No exterior, o minério de ferro teve alta relevante na China, com preocupações acerca da oferta de minério de ferro. Já o petróleo cai mais de 1%, enquanto os futuros de NY recuam cerca de 0,50%, assim como as bolsas da Europa.

Às 11h01, o Ibovespa caía 1,57% aos 96.146,22 pontos. Na mínima intraday, recuou 1,92% aos 95.806 pontos.

Vale suspende pagamento de dividendos e cria dois comitês 

Em reunião extraordinária realizada no domingo o Conselho de Administração da Vale decidiu mudar o sistema de remuneração e incentivos devido ao rompimento da barragem de rejeitos da Mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG).

Em fato relevante, a mineradora informa que o Conselho decidiu suspender o pagamento de remuneração variável aos executivos e também a Política de Remuneração aos Acionistas "e, consequentemente, o não pagamento de dividendos e juros sobre o capital próprio (JCP), bem como qualquer outra deliberação sobre recompra de ações de sua própria emissão".

No documento, a empresa diz ainda ter constituído dois Comitês Independentes de Assessoramento Extraordinário (Ciaes) ao Conselho de Administração, "coordenados e compostos por maioria de membros externos, independentes, de reputação ilibada e com experiência nos temas de que se ocuparão, a serem indicadas pelo Conselho".

O primeiro comitê, denominado Ciae de Apoio e Reparação, acompanhará as providências destinadas à assistência às vítimas e à recuperação da área atingida pelo rompimento da barragem. O segundo colegiado, chamado Ciae de Apuração, investigará as causas e responsabilidades pelo rompimento da barragem.

"O Conselho de Administração permanece em prontidão e acompanhando a evolução dos eventos relativos ao rompimento da barragem e tomará as medidas adicionais necessárias", diz o fato relevante.

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