Caminhão-tanque é apreendido pela Polícia Rodoviária estadual sem licença ambiental e sem nota fiscal - Divulgação
Caminhão-tanque é apreendido pela Polícia Rodoviária estadual sem licença ambiental e sem nota fiscalDivulgação
Por O Dia

Rio - A rotina de irregularidades que envolve a distribuição de combustível no estado do Rio continua. Mais um caminhão-tanque foi apreendido sem nota fiscal e sem licença ambiental. O veículo abastecia um posto em Campos dos Goytacazes, na manhã desta sexta. O motorista foi preso e disse que o produto veio da Minuano, que faz parte do grupo Canabrava, suspeito de fraude fiscal.

O flagrante foi feito pelo Batalhão de Polícia Rodoviária estadual (BPRv) no posto Goitacaz, de bandeira Ipiranga, no centro da cidade do norte fluminense. Segundo o registro de ocorrência, o caminhão placa KNL 3803 pertencente à Athenas Logística, com sede em São José do Rio Preto (SP), trazia 5 mil litros de gasolina e não portava nota fiscal do produto, tampouco licença ambiental.

O motorista Hilderuan Pedreira foi encaminhado para a 134ª DP onde recebeu ordem de prisão da delegada de plantão. Ele informou aos policiais que abasteceu a carreta com combustível na Minuano, distribuidora com sede em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, e que forneceria o produto para postos da região norte do estado.

Policiais contam que o clima ficou tenso na DP e que advogados que se identificavam como representantes da Minuano estavam exaltados. O Instituto de Criminalística Carlos Éboli interditou o posto para perícia futura da ANP, prevista para semana que vem. Agentes também informaram que ouros dois caminhões-tanque foram retirados de circulação porque estavam em situação irregular.

Apesar da ação de ontem ter ocorrido em um posto Ipiranga, o caminhão apreendido não trazia caracterização da distribuidora. Postos com bandeira são obrigados, por contrato e norma da ANP, a adquirir produtos da distribuidora ligadas à marca.

Procurada, a Ipiranga afirma que não fez venda de combustível para o posto Goitacaz no dia 29 de março. Em comunicado, a empresa informa que "os postos que exibem a sua bandeira, por força contratual e, também, por exigência da ANP, estão obrigados a adquirir, com exclusividade, produtos de origem Ipiranga. A empresa repudia a postura de descumprimento do contrato de exclusividade de compra de produtos combustíveis e tomará as medidas judiciais cabíveis. A Ipiranga ressalta ainda seu compromisso com seus clientes consumidores e seus revendedores de fornecer produtos combustíveis de qualidade, em conformidade com os parâmetros definidos pela ANP".

Problemas em série

A Minuano, por sua vez, é ligada à Usina Canabrava, também de Campos, administrada por Dirceu (o Major Dirceu) e Rodrigo Luppi, pai e filho apontados como os maiores adulteradores de combustível do país por uma CPI na Câmara dos Deputados de 2003. A Canabrava é investigada por suspeita de crimes defraude fiscal, entre eles o de comprar etanol de outros estados em vez de produzir em sua usina, uma vez que recebeu benefício fiscal de ICMS por parte do governo do Rio, em 2012.

Em março um caminhão-tanque com etanol foi abordado pela BPRv na porta da Canabrava, sem licença ambiental e com nota fiscal irregular. Isso em um dia em que a usina estava paralisada devido ao período de entressafra. Dias depois, outra carreta, flagrada na Região dos Lagos, tinha nota da Minuano, mas abastecia posto diferente do discriminado no documento.

A reportagem tentou entrar em contato com a Minuano mas não conseguiu contato pelo telefone que conta como da sede da empresa. A Athenas e o posto Goitacaz também foram procurados, sem sucesso.

Você pode gostar
Comentários