Uma das maiores dores de cabeça do consumidor atingiu números altos em março: o endividamento das famílias brasileiras chegou a 62,4% da população. E para quitar o que deve, a saída continua sendo negociar com o credor. Porém, segundo o SPC Brasil, 24% das pessoas que ficaram o CPF restrito têm dificuldades em acertar condições favoráveis para zerar os débitos. A saída é apostar na organização, dominar o histórico da dívida e sair de casa já com uma proposta garante sucesso na negociação.
Segundo o especialista em Finanças Bruno Paquelet, o devedor deve estar munido dos documentos de contrato e boletos de cobrança, e saber o valor inicial da dívida, sem os juros. “Ter uma proposta sua como referência é importante para o credor não levar a melhor. Se a contraproposta for muito diferente, é melhor pedir tempo para avaliar”, diz.
E ouvir pode ser o melhor início do acordo. “É interessante considerar que a empresa está disposta a receber. Uma dívida antiga é uma perda para o credor, e qualquer retorno é recuperação”, revela o professor de Finanças da Faculdade Celso Lisboa, Roberto Uchoa.
Outra dica de Paquelet é priorizar negociação presencial com o credor. “Via canais online, a empresa vai oferecer propostas padrão, sem poder ouvir de fato o devedor”, sugere. Caso hajam feirões com condições, por exemplo, acima de 50% de abatimento no valor da dívida, aí vale a pena fazer no canal digital.
Dos endividados, 78% têm atrasos com cartão de crédito, de acordo com pesquisa da Confederação Nacional de Comércio, Bens e Serviços. O presidente do Procon Carioca, Benedito Alves alerta que o consumidor deve fugir desses itens. “Os financiamentos no cheque especial e no crédito têm os juros maiores”, expõe. “Caso tenha dificuldades, ele pode procurar Procon Carioca para avaliar a possibilidade de negociação”, orienta o presidente do órgão.
*Estagiária sob supervisão de Max Leone
