Nany Martins tem uma empresa de consultoria, a Awee, na Flórida e dá dicas de como se estruturar no exterior - Divulgação
Nany Martins tem uma empresa de consultoria, a Awee, na Flórida e dá dicas de como se estruturar no exteriorDivulgação
Por Martha Imenes e Viviane Faver
A crise brasileira tem empurrado muitos brasileiros para o exterior, conforme estimativa mais recente do Ministério das Relações Exteriores, um contingente de mais de 3 milhões de brasileiros vive fora do Brasil desde 2015. Grande parte desse número embarcou para a Europa e cerca de 1,4 milhão vivem nos Estados Unidos, tendo Miami, na Flórida, como um novo point.
E foi em busca do sonho americano, e para fugir do desemprego - que já atinge mais de 13 milhões de brasileiros -, que a consultora Nany Martins levou seu negócio para a Flórida. Criada em São Paulo há três anos, a empresa de consultoria Awee, presta mentoria a microempresários de como estruturar e expandir os negócios na terra do Tio Sam. E a empreitada tem dado bons frutos: a Awee, que conta com uma linguagem simples e valores de baixo custos, já atende a vários clientes brasileiros que moram fora do Brasil. "Só este ano já agregamos cinco novos clientes que atualmente vivem no Canadá, Japão e Arábia Saudita", conta Nany.
Mas por que a Flórida? O primeiro ponto destacado pela empresária é o destino final dos brasileiros que vão para os EUA. "Os brasileiros que se propõem a montar um negócio fora do Brasil, cerca de 90% estão na Florida. Por ser um lugar com clima próximo ao do Brasil", diz. Em segundo lugar está o baixo custo e a forma simplificada para quem quer abrir um negócio no país.
"Pode ser um choque para quem está acostumado com a burocracia brasileira abrir um negócio no exterior. Na Flórida, por exemplo, em alguns dias o negócio pode estar operando com burocracia praticamente zero" explica a consultora, que acrescenta que em alguns casos pode ser um pouco mais demorado por conta do tipo de empresa, localidade e se precisa de algum tipo de licença por se tratar de atividade fim regulada.
Nany dá a dica: através do site do Flórida Department of State para registrar no Estado da Flórida é possível fazer a inscrição e dar o ponta-pé para abrir uma empresa nos EUA. Os dois tipos de empresa mais comuns: Limited Liability Company (LLC) e Corporation. Todo o registro é feito online pelo site http://dos.myflorida.com/sunbiz/.
A maior dificuldade que o brasileiro vai encontrar, segundo Nany, é no business plan, incluindo viabilidade, análise de mercado, análise competitiva e cálculo de recursos financeiros necessários para o negócio. "Isso não garantirá sucesso, mas aumentará as chances", avalia.
"O brasileiro é naturalmente um povo criativo e com espírito empreendedor. Uma vez que se obtenha direcionamento e estratégia, consegue sair dos indicadores de empresas que quebram antes dos dois anos de vida e passam a fazer parte dos casos de sucesso", afirma a consultora.
"Sem projeções, análises, metas e padronizações por menor que seja a empresa, se torna impossível chegar longe e se manter em um crescimento orgânico e saudável", orienta Nany.
"O que diferencia o brasileiro do americano é a estruturação antecipada do negócio. O americano primeiro estuda, testa e só depois põe em prática. Grande parte dos brasileiros põe em prática e vê no que dá", conta.
Ela explica que as consultorias que a Awee realiza podem ser feitas por áreas ou por projetos, tais como: estratégias de alavancagem de negócios, marketing estratégico para posicionamento de marca e alavancagem de negócios, vendas, finanças e toda área de produção e gestão de pessoas. "Atuamos em diversas frentes, como estruturação de negócios, análise do empresário e a partir disto montamos a estruturação, começando pela maior deficiência e pelo urgente. Durante a estruturação do negócio, também trabalhamos a capacitação do empresário, o tornando hábil para gerenciar a empresa, funcionários, parceiros e a a vida pessoal", complementa.