Estiveram presentes à assinatura do acordo: Marcone Tavares (presidente da Ablac), Caetano Bianco Neto (presidente do Conselho Deliberativo da Abicalçados), Abdala Jamil Abdala (presidente da Francal), e Haroldo Ferreira (diretor-executivo da Abicalçados) - DIVULGAÇÃO
Estiveram presentes à assinatura do acordo: Marcone Tavares (presidente da Ablac), Caetano Bianco Neto (presidente do Conselho Deliberativo da Abicalçados), Abdala Jamil Abdala (presidente da Francal), e Haroldo Ferreira (diretor-executivo da Abicalçados)DIVULGAÇÃO
Por VIVIANE FAVER
As marcas de sapatos brasileiras irão se beneficiar da renovação de contrato entre a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), que ocorreu na quarta-feira passada, na 51ª Francal, em São Paulo, obtendo mais oportunidades para vendas e exportação para os Estados Unidos. Segundo o diretor-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, serão R$ 30,8 milhões investidos em ações nos próximos dois anos. Desses, R$ 16 milhões são provenientes da agência e R$ 14 milhões são contrapartida das empresas participantes.

Os Estados Unidos são o principal mercado para o calçado brasileiro no exterior mantendo a posição há 20 anos, de acordo com a responsável pelo mercado internacional da associação, Ruisa Korndorfer Scheffel.
"No princípio, as exportações, na década de 70, chegaram a responder por 70% do total gerado pelos embarques. O país segue como principal mercado internacional, porém respondendo por uma fatia menor, de cerca de 20% (em valores)", conta Ruisa.

No entanto, ela acrescenta que mercado norte-americano é também muito competitivo. “Todas as grandes marcas do mundo têm interesse de atingir o consumidor americano. Os Estados Unidos é vitrine mundial”, afirma. Por isso ela alerta sobre a importância o perfil do cliente americano. "O cliente norte-americano tem uma gama enorme de marcas de diferentes países a disposição, por isso as marcas brasileiras precisam mostrar que possuem um diferencial e que é um atrativo para o seu público final", orienta. 

A maior parte dos produtos brasileiros estão concentrados na Costa Oeste, por ser local de realização de uma das maiores feiras do mundo voltada para esse setor, a FN Platform, em Las Vegas.
Números de exportação e negócios

No mês de maio, conforme dados da Abicalçados, os norte-americanos importaram 782 mil pares de calçados, pelos quais foram pagos US$ 14,7 milhões. Os resultados são superiores tanto em volume (63,7%) como em receita (80%) na relação com igual período do ano passado. Com isso, no acumulado dos cinco meses do ano, os Estados Unidos já somaram 5,6 milhões de pares importados do Brasil, pelos quais foram despendidos US$ 84,76 milhões, incrementos de 31,2% em pares e de 43,4% em receita no comparativo com período correspondente do ano passado.

O presidente-executivo da Abicalçados, Heitor Klein, destaca que a guerra comercial, instalada entre Estados Unidos e China, tem feito com que os norte-americanos – que representam o maior mercado consumidor de calçados do planeta – substituam seus fornecedores, buscando importações em outros países. “Os Estados Unidos importam mais de 2,3 bilhões de pares por ano, mais de 70% deles da China. Então o impacto é muito significativo”, explica Klein, para quem o mercado brasileiro tem plenas capacidades de absorver boa parte da demanda norte-americana. Nos últimos cinco meses, continua o executivo, as vendas de calçados chineses para os Estados Unidos caíram mais de 70%.

Estados brasileiros

Nos cinco primeiros meses do ano, o maior exportador de calçados do Brasil seguiu sendo o Rio Grande do Sul, de onde partiram 12,17 milhões de pares por US$ 181,23 milhões, altas de 11,8% em pares e de 2,7% em receita. O segundo exportador foi o Ceará. Nos cinco meses, os calçadistas cearenses exportaram 19,53 milhões de pares por US$ 115,8 milhões, incrementos de 5,6% e de 15,4%. No terceiro posto apareceu São Paulo, de onde partiram 3,3 milhões por US$ 44,18 milhões, incremento de 10,1% de volume e queda de 4,4% em receita.
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Edição: Martha Imenes