Por DINHEIRO RURAL

A fabricante americana de máquinas e implementos agrícolas AGCO anunciou, em março, sua plataforma digital Farm Solutions. Trata-se de uma série de serviços de agricultura de precisão, desenvolvidos pela própria AGCO e por empresas parceiras especializadas, como a Tecgraf e Inceres. As soluções estarão disponíveis na rede de concessionárias das marcas Massey Ferguson e Valtra, ao longo do primeiro semestre de 2019. Além do monitoramento digital das máquinas, estão à disposição do produtor funções de controle de tráfego de máquinas e gerenciamento de fertilidade do solo. A ideia é que mais funcionalidades sejam agregadas ao Farm Solutions futuramente, conforme outras parcerias sejam consolidadas.

LEILÃO 4.0
Lances em tempo real

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A leiloeira Estância Bahia, de Cuiabá (MT), lançou um aplicativo que permite lances em seus leilões de gado em tempo real. O app está na plataforma digital EBL Web e pode ser baixado gratuitamente em celulares e tablets, nos sistemas iOS e Android. Ao se cadastrar, o produtor poderá assistir aos remates, visualizar o histórico de valores do evento e baixar o catálogo dos lotes. A ferramenta traz, ainda, a programação completa de leilões e notícias da empresa leiloeira.

CULTIVARWEB
Registro de plantas agora é digital

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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) lançou, mo mês passado, o CultivarWeb. A plataforma on-line servirá para as empresas realizarem o Certificado de Proteção de Cultivares. Com o novo sistema, é possível monitorar e gerenciar taxas e emitir as guias específicas, que, após o pagamento, são compensadas automaticamente pelo programa. A Proteção de Cultivares é uma forma de propriedade intelectual para os desenvolvedores de novas variedades de plantas. A proteção é concedida por um período de 18 anos para cultivares de espécies arbóreas e videiras e por 15 anos para as demais espécies.

FAZENDA VERTICAL
À prova do apocalipse

Dan Kitwood

Os ingleses Richard Ballard e Steven Dring foram fundo no sentido de produção de alimentos seguros. Desde 2015, os empreendedores estão cultivando verduras e hortaliças num abrigo anti-bombas da Segunda Guerra Mundial, no centro de Londres. É a fazenda vertical Growing Underground.

O teto é feito de aço e tem cerca de 13 centímetros de espessura, capaz de suportar um disparo direto de uma bomba alemã de 227 quilos. Construído quase 40 metros abaixo do solo, o antigo abrigo tem paredes cuja espessura chega a 1,80 metro, em alguns pontos. Com uma lista de cerca de 100 espécies plantadas, a Growing Underground vende em torno de 700 quilos de verduras frescas semanalmente. E o espaço pode comportar até 4,2 mil quilos  de produção. Até agora, o grupo conseguiu um aporte  de capital de cerca de R$ 13,6 milhões.

DRONES
Tráfego regularizado

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A espanhola Indra desenvolveu uma das primeiras soluções de gerenciamento de tráfego de drones e aeromodelos remotamente pilotados em baixa altitude. Trata-se da plataforma Indra Air Drones. A tecnologia permite identificar cada aeronave, controlar seu acesso e movimentações de forma segura, além de neutralizar os aparelhos. A empresa, especialista em transporte e defesa, está presente em 46 países e faturou mais de R$ 10 bilhões no ano passado. A Indra tem suas tecnologias alinhadas com um futuro no qual haverá cada vez mais drones nas rotinas de tráfego, inclusive nas fazendas.

GESTÃO
Inteligência no campo

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Um aplicativo da GoFarms, cuja sede fica em Presidente Prudente (SP), está testando no campo o sistema de inteligência artificial de computação em nuvem da Microsoft. Chamada de Azure, a plataforma digital auxilia o produtor no controle da produção e no acompanhamento do fluxo de atividades dos funcionários na fazenda. Pela aplicação, é possível saber o status do trabalho dos funcionários e da integridade da infraestrutura da propriedade. A ferramenta é multiplataforma, acessada por computador, tablets e celulares. O sistema da GoFarms, ainda em estágio de testes, está aberto gratuitamente para o produtor conhecer.

FOODTECH
As proteínas alternativas da Louis Dreyfus

A francesa Louis Dreyfus Company, empresa que faturou cerca de US$ 19 bilhões no ano passado, entrou na onda de investimentos em proteínas alternativas. Em meados de março, a companhia anunciou a participação na Motif Ingredients, criada em fevereiro deste ano pela startup Ginkgo Bioworks, sediada em Boston e avaliada em US$ 1 bilhão. O valor do investimento não foi revelado. A inovação será empregar a biotecnologia para a transformação de alimentos vegetais mais nutritivos em proteínas e bebidas.

RASTREABILIDADE
Qualidade atestada por DNA

Divulgação

A processadora americana de alimentos Tyson Foods, que em 2018 faturou US$ 40 bilhões, passará a contar com um sistema de rastreabilidade por DNA, para atestar a origem de cortes especiais de carne bovina. O anúncio da tecnologia desenvolvida pela Identigen, feito há cerca de um mês, certificará as carnes da linha Open Praire Natural Angus Beef. A inovação permitirá que a Tyson e os consumidores identifiquem onde o animal nasceu, como foi criado e sua trajetória pela cadeia de suprimentos da companhia. A ideia é garantir aos consumidores do país que eles estão pagando por uma carne produzida sem uso de antibióticos nem hormônios de crescimento.

Evolução exponencial no campo

Nunca se investiu tanto em startups dedicadas à agropecuária (as agtechs) e à alimentação (as foodtechs). Os investimentos globais em empresas desses dois setores somaram US$ 17 bilhões em 2018. O valor é 6,5 vezes maior do que o investido em 2012 e 43,2% a mais do que em 2017. O dado faz parte do mais recente relatório da plataforma online de capital de risco Agfunder, com sede na Califórnia, nos EUA. Aplicativos e sistemas online de entrega de alimentos são os maiores destaques. A brasileira iFood, com aporte de capital de quase US$ 600 milhões no ano passado, é uma deles. Confira detalhes do relatório:

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