O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o novo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, durante cerimônia de posse no Palácio do Planalto - Antonio Cruz / Agência Brasil
O ministro da Economia, Paulo Guedes, e o novo presidente do BNDES, Gustavo Montezano, durante cerimônia de posse no Palácio do PlanaltoAntonio Cruz / Agência Brasil
Por Agência Brasil
Brasília - Ao tomar posse hoje (16), na presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o economista Gustavo Montezano disse que, até o final do ano, o banco "será menos banco e mais desenvolvimento".

O objetivo da nova gestão, segundo Montezano, é concentrar as atividades da instituição em projetos de impacto social, como privatizações, investimentos em infraestrutura e saneamento básico e na reestruturação fiscal de estados e municípios. "O novo BNDES será um banco de serviço do Estado brasileiro, ajudando o Estado em privatizações, concessões, desinvestimento e ajudando o gestor público a respirar suas finanças", disse.

Montezano disse ainda que o foco não será o lucro, mas sim a sustentabilidade financeira da instituição, e que o banco não deverá competir com o setor privado, mas ser complementar à economia privada. "O BNDES está preparado para cumprir sua missão e, a partir de hoje, o alinhamento do BNDES com o governo federal é total. Nós seremos o braço operacional da execução da política pública ao longo desse mandato (do presidente Jair Bolsonaro)", disse.

Durante a cerimônia, no Palácio do Planalto, o novo presidente do BNDES apresentou cinco metas para serem cumpridas até o final deste ano, entre elas explicar a caixa-preta para a população brasileira (contratos e investimentos do banco em governos passados); acelerar a venda de participações especulativas em bolsa de valores, no qual o banco ainda detém cerca de R$ 100 bilhões; e concluir a devolução de R$ 126 bilhões ao Tesouro Nacional.

O economista anunciou ainda que o banco vai apresentar para o governo e para a sociedade um plano trianual, com orçamento, metas claras e o redimensionamento para ser cumprido até o final do mandato. A última meta da nova gestão do BNDES para este ano é melhorar, de forma substancial e clara, a prestação de serviços ao Estado brasileiro, "permitindo que o Estado foque em segurança, saúde, educação, que o saneamento chegue a casa das pessoas, que o gestor público não perca sua energia em como pagar as contas, mas como melhora a vida das pessoas".

Em discurso durante a cerimônia, o presidente Jair Bolsonaro lembrou que conhece Montezano desde que o economista era criança e que moravam no mesmo condomínio. "Esse garoto que está aí eu conheço desde piá (menino), lá da Rua Dona Maria, 71, amigos dos meus filhos. Essa juventude merece respeito. Como morador do condomínio, acompanhava em parte as atividades deles todos e vi que daquela garota, da Dona Maria, 71, temos um presidente do BNDES".

Bolsonaro agradeceu Montezano por assumir a missão de conduzir o banco público de forma "transparente e servindo ao povo brasileiro".

Perfil
Montezano tem 38 anos, é mestre em economia pela Faculdade de Economia e Finanças do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec) do Rio de Janeiro e graduado em engenharia pelo Instituto Militar de Engenharia. Ele substituirá o economista Joaquim Levy, que deixou o cargo no dia 16 de junho. Quando foi convidado, no mês passado, pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, para presidir o banco de fomento, Montezano ocupava a Secretaria-adjunta da Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados.

O nome de Montezano foi aprovado pelo Conselho de Administração do BNDES no dia 3 de julho e, na semana passada, anunciou a nova diretoria.