Anúncio feito ontem registra a primeira queda de valor no ano - Divulgação
Anúncio feito ontem registra a primeira queda de valor no anoDivulgação
Por MARTHA IMENES
Rio - O governo federal estuda medidas para reduzir o preço do gás de cozinha, que segundo afirmações do ministro da Economia, Paulo Guedes, pode cair até 50%. A ideia desta vez é fracionar a venda de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) para que a população de baixa renda tenha acesso ao botijão. Ainda não se sabe como o produto seria comercializado.
O Ministério da Economia informou ao DIA que "a questão é estudada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás natural e Biocombustíveis, no âmbito da Tomada Pública de Contribuições 7/2018". Se venda fracionada for implementada, vai dar ao consumidor a opção de compra por quilo em postos de revenda. O governo pretende, com a medida, atender à demanda de pessoas mais pobres que não têm condições de comprar a botija de 13kg.
Publicidade
O preço do gás de cozinha, inclusive foi debatido na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado na última segunda-feira. Representantes do governo informaram que medidas estão em estudo para o botijão ficar mais barato. Uma delas, o fim da diferença de valor entre do gás industrial e do residencial. O senador Ciro Nogueira (PP-PI) registrou que o alto preço tem levado pessoas a voltar a usar lenha para cozinhar.
OUTRAS MEDIDAS
Publicidade
Diversas medidas estão em andamento para baratear não só o preço do gás de cozinha, conforme tem afirmado o ministro Paulo Guedes. Entre elas, a ampliação da participação de empresas tanto do mercado de produção quanto no da distribuição. Vale lembrar que hoje, a Petrobras responde por quase totalidade da produção e importação do GLP enquanto cinco empresas detêm mais de 90% da distribuição.
De acordo com o ministério, a mudança da estrutura de mercado do transporte e distribuição do gás natural pode impactar o preço do gás de cozinha. "O propano e o butano proveniente das Unidades de Processamento de Gás Natural (UPGN's), com a dinamização do mercado, podem aumentar a oferta de matéria-prima para a produção de gás de cozinha, induzindo à concorrência e à queda de preço, de acordo com a dinâmica de mercado", informou a pasta, em nota.

Novo mercado de gás
Publicidade
O projeto de baixar preços prevê três frentes para dar mais eficiência ao setor e fazer o que o ministro da Economia tem chamado de ” choque de energia barata “. São ações que envolvem a venda de distribuidoras estaduais de gás, o fim do monopólio da Petrobras no setor e nova regras regulatórias por meio da ANP.
Chamado de “Novo Mercado de Gás”, o programa propõe a venda de transportadoras e distribuidoras de gás da Petrobras e uma nova regulamentação para que os estados que têm distribuidoras locais permitam o acesso de terceiros aos gasodutos e que consumidores possam comprar de qualquer distribuidor. O governo quer, ainda, incentivar esses estados a vender suas distribuidoras regionais.
Publicidade
A avaliação dos ministérios da Economia e de Minas e Energia é que a quebra do monopólio deve atrair novos operadores (players) para o mercado, o que trará mais investimentos para o Brasil.
As mudanças devem facilitar a ampliação rede de gasodutos, considerada pequena para o tamanho do país.
Com mais concorrentes e dutos, o preço do gás tende a cair. A expectativa do governo é que as medidas impactem no preço do gás de cozinha, para a indústria e também na produção de energia elétrica — já que há usinas térmicas que usam gás natural como combustível.