Dados do IBGE mostram que brasileiro está comendo mais fora de casa - Divulgação
Dados do IBGE mostram que brasileiro está comendo mais fora de casaDivulgação
Por O Dia

Rio - Os brasileiros estão gastando mais com impostos e com dívidas, o que encurtou o espaço no orçamento para investimentos no patrimônio, segundo os dados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018. Os números foram divulgados ontem pelo IBGE. A pesquisa não era feita havia dez anos.

O país tem um rendimento médio mensal e variação patrimonial de R$ 5.426,70 por família. Os recursos permanecem concentrados em uma pequena fatia da população: 2,7% das famílias brasileiras detêm um quinto de toda a massa de renda gerada no Brasil. Por outro lado, a faixa mais pobre, que correspondia a um quarto de todas as famílias brasileiras, compartilhava apenas 5,5% de toda a massa de rendimentos e variação patrimonial do país.
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Conforme a Agência Estadão Conteúdo, as famílias gastaram, em média, R$ 4.649,03 por mês em 2018. As despesas de consumo absorveram 81% do orçamento, enquanto o pagamento de outras despesas correntes, como os impostos, consumiu outros 11,7% (ante uma fatia de 10,9% na POF anterior, referente a 2008-2009) e 3,2% foram destinados à diminuição de dívidas (ante 2,1% em 2008-2009).
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Apenas 4,1% do orçamento foi dirigido a investimentos no patrimônio, como aquisição de imóveis, títulos de capitalização e obras, por exemplo. Na pesquisa de 2008-2009, as famílias destinavam 5,8% do orçamento mensal para reforçar o patrimônio.
 
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A capacidade de investimento das famílias diminuiu, resumiu André Martins, gerente da POF no IBGE. "Pode ser a crise, as famílias estariam adquirindo menos e pagando mais dívidas", disse Martins. "Se você gasta muito dinheiro com a manutenção, sobra pouco espaço para fazer investimento."
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As despesas de consumo totalizaram R$ 3.764,51 mensais. Na última década, aumentaram os gastos com habitação, Saúde e Educação, enquanto a fatia de recursos destinada a transporte e alimentação encolheu.
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Os gastos com habitação consumiram a maior proporção da cesta de consumo das famílias, 36,6%, ante 35,9% na POF anterior. Também aumentou a destinação de recursos para a saúde (de 7,2% para 8,0%) e educação (de 3,0% para 4,7%). Os gastos das famílias com transporte (18,1%) superaram os de alimentação (17,5%) pela primeira vez.
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"Na medida em que a renda vai aumentando, a despesa com alimentação diminui. Se você ganhar o dobro vai gastar o dobro com alimentação? Não. Vai gastar em outras coisas", exemplificou Leonardo Vieira, analista da POF no IBGE.
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Para Martins, as famílias também podem ter substituído itens de maior valor por outros mais baratos. "Na alimentação, você consegue fazer substituição, trocar um alimento por outro. No transporte não."
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A pesquisa identificou ainda que os brasileiros estão comendo mais fora de casa. As famílias gastaram, em média, R$ 658,23 mensais com alimentação, sendo 67,2% (R$ 442,27) com alimentos consumidos no domicílio e 32,8% (R$ 215,96) em restaurantes, bares e lanchonetes. O avanço foi maior entre as famílias de zonas rurais. "Pode ser que o desenvolvimento dessas áreas tenha contribuído. Estão chegando mais estabelecimentos nessas áreas", justificou Martins.

No entanto, o fenômeno também pode ter contribuição de mudanças no mercado de trabalho, com mais mulheres ocupadas fora de casa ou simplesmente mais pessoas da família trabalhando fora do domicílio, acrescentou o pesquisador.

Na última década, os brasileiros gastaram menos do orçamento com carnes, cereais, farinhas e massa, leites e derivados, e óleos e gorduras. No entanto, ganharam importância na cesta de compras os legumes e verduras, frutas, aves e ovos, bebidas e alimentos preparados.
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