Familiares de militares protestam no plenário da Câmara - Reprodução internet
Familiares de militares protestam no plenário da CâmaraReprodução internet
Por Larissa Esposito* e Marina Cardoso
Brasília - A Reforma da Previdência dos Militares avançou, na tarde desta terça-feira, na Câmara, sob protestos, tumulto e gritos de 'Bolsonaro traidor'. A comissão especial chegou a ser suspensa por 10 minutos por parte de eleitores do presidente Jair Bolsonaro após a rejeição de 18 a 10 votos em relação ao destaque apresentado pelo PSOL. O trecho estendia o aumento de gratificação a todos os militares e acabava com a diferenciação do benefício por cargos.
"Eu fiz campanha por você, presidente Jair Bolsonaro, você me conhece, estou decepcionada com o senhor. Estou revoltada com esse projeto que só beneficia generais", afirmou Kelma Costa, presidente da Associação Bancada Militar de Minas Gerais e candidata a deputada federal por Minas Gerais em 2018 pelo partido do presidente.
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Conforme prevê o texto base da reforma, que foi aprovado na semana passada, mas que faltavam os destaques, o reajuste é de até 73% do adicional de habilitação para militares de altas patentes, como generais, e de 12% para os de patente mais baixa. O relator, deputado Vinícius Carvalho (Republicanos-RJ), disse que a proposta do destaque negado custaria R$130 bilhões em dez anos aos cofres públicos. Com a reestruturação das carreiras, a economia seria de R$10,4 bilhões no mesmo período de tempo.
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Na conta do Twitter, o PSOL publicou: "Os gritos de 'Bolsonaro traidor' ecoam pelos corredores da Câmara. Para privilegiar militares de alta patente, bolsonarismo abandonou praças e soldados e deixou seus familiares revoltados". Ainda na postagem, o partido afirmou que vai recorrer ao plenário para "barrar essa injustiça com a base dos militares". A alteração da tabela proposta no destaque estabelecia um valor único para todos, independentemente dos cursos feitos, em um percentual que seria de 45%.
Durante a votação, havia praças, soldados, cabos e sargentos e representantes das suas famílias que acompanharam a votação. Após a rejeição, algumas pessoas foram retiradas do plenário por seguranças. Agora, o texto já pode ir direto para o Senado. Porém, deputados se articulam para que seja elaborado um requerimento para o projeto ser votado no plenário da Câmara dos Deputados, sendo necessárias 51 assinaturas.
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Segundo o deputado Glauber Braga (PSOL-RJ), o partido já tem mais de setenta assinaturas e pretende apresentar um requerimento em breve. "O governo vai perder essa matéria, por isso tem tanto medo de ir à plenário", afirmou Braga.
*Estagiária sob supervisão de Martha Imenes