Ministra do STF Cármen LúciaDivulgação
Por MARTHA IMENES
Publicado 03/11/2019 07:00

O montante é bilionário, vai de iniciais R$ 47 bilhões, passa por R$ 70 bilhões e chega a R$ 100 bilhões. Esses são os valores que o Rio de Janeiro pode perder caso o Supremo Tribunal Federal (STF) decida suspender a Lei dos Royalties, que trata da distribuição dos recursos do petróleo para estados produtores, no julgamento do próximo dia 20. O valor é assustador e comprometerá, e muito, não só o pagamento das obrigações do estado com a União, mas deixará à míngua servidores, aposentados, pensionistas e as áreas de educação, saúde e segurança.

Segundo dados do governo, aos R$ 47 bi previstos de perda de 2012 à 2023 se somam R$ 18 bi em restos a pagar, R$ 13 bi em empréstimos lastreados em antecipação do recebimento governamentais e R$ 32 bi de dívidas com a União, suspensas em razão da adesão ao regime de recuperação fiscal. "Estas perdas poderão chegar a R$ 100 bilhões", adverte Meg Montana, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia e Relações Internacionais do governo do estado.

"O estado, que já tem dificuldades, não entraria só em falência, seria uma catástrofe, pois deixaria de ter recursos para pagar a dívida, a folha e a aposentadoria", alertou o deputado federal Christino Áureo (PP-RJ), presidente da Frente Parlamentar para o Desenvolvimento Sustentável do Petróleo e Energias Renováveis.

 

E se fossem R$ 70 bilhões a menos? Veja o impacto
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Estado e municípios podem falir
Julgamento será no dia 20
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O Supremo Tribunal Federal (STF) vai julgar no dia 20 a ação que determinará a constitucionalidade da Lei 12.734/12 (Lei de Partilha). Caso a Corte ratifique as alterações na distribuição dos recursos previstas pela norma, o Rio de Janeiro poderá perder bilhões de reais até 2023. A lei, aprovada em 2012 pelo Congresso Nacional, foi suspensa no ano seguinte pela ministra Cármen Lúcia, do STF, que concedeu liminar a uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) apresentada pelo governo do Rio.
O deputado estadual Welberth Rezende (PPS-RJ) ressalta que a divisão dos royalties entre estados e municípios causaria grande impacto em serviços básicos no estado. "Provavelmente o Estado do Rio vai quebrar com a redivisão dos royalties do petróleo para todos os estados e municípios, inclusive os não produtores. Um estado que está contando moedas, que está num regime de recuperação fiscal, vai perder ainda de 30% a 40% de sua arrecadação?", questionou.
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