Após passar mais de 50 dias sem mexer nos preços de combustíveis, a Petrobras anunciou o aumento da gasolina e do diesel nas refinarias em 2,77% e 1,18%, respectivamente. Esse reajuste ocorre apenas um dia após o dólar bater recorde histórico de R$ 4,20, a maior cotação desde a criação do Plano Real em 1994. A união desses dois fatores: alta de combustível e dólar vai impactar diretamente no bolso do consumidor. Para se ter uma ideia, o pãozinho francês pode subir de 5% a 10%, segundo projeção do Sindicato da Indústria do Trigo (Sinditrigo).
"A maior parte do trigo que abastece o mercado brasileiro vem da Argentina e é pago em dólar, com uma cotação a R$ 4,20, as margens (de lucro) que já estão pressionadas ficarão mais ainda", avalia Geraldo Gonçalves, presidente do Sinditrigo. Ele conta que ao longo de 2019 o preço do trigo subiu em média 40% e as empresas de toda cadeia não repassaram nem 20% dos custos.
E o leitor deve se perguntar por que outros produtos além do trigo vão aumentar? O DIA explica: como as rodovias são o meio de transporte mais utilizado no país, o valor dos combustíveis afeta diretamente o bolso de todas as famílias. "A gasolina está presente na estrutura de custos de todas as empresas. Mesmo que não perceba de forma direta, pesa no bolso. Transportadoras e transporte público serão os mais afetados, pois os insumos tendem a vir mais caros, como frete, por exemplo", explica o economista Eduardo Bassin, da Bassin Consultoria.
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