Rio, 06/12/2019 - ESPECIAL - Economia, retomada do crescimento do comercio. Construção abandonada. Niterói - Manilha, Itaboraí. Foto: Ricardo Cassiano/Agência O DiaRicardo Cassiano/Agência O Dia
Por Martha Imenes e Anderson Justino
Publicado 09/12/2019 06:00 | Atualizado 09/12/2019 10:29

O Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) lá nos idos de 2008, e com investimentos de US$ 8,4 bilhões, foi promessa de geração de empregos e de transformação do perfil industrial, econômico e ambiental de Itaboraí e regiões adjacentes. Mas ficou só na promessa. As obras pararam em 2015 e com isso todo entorno, que se preparou para receber centenas de trabalhadores e investidores, se viu à míngua. O que se vê na região são construções inacabadas, lojas fechadas e moradores, como no filme, "à espera de um milagre". Mas, no que depender da Petrobras, o Comperj vai retomar fôlego e os projetos serão retomados. Diante dessa expectativa, o comércio começa, timidamente, a mostrar recuperação.

Uma ideia de 2011 voltou à tona e, se implementada, vai recuperar a região. A estatal confirmou ao O DIA que estuda instalar uma fábrica de lubrificantes no Comperj a partir de uma conexão com a Refinaria Duque de Caxias (Reduc). "Temos dois estudos em andamento. Um é a parceria com a Equinor para a construção de plantas termelétricas na área do Comperj. O outro é a utilização de equipamentos do Comperj para produzir lubrificantes de última geração pela Reduc", afirmou Roberto Castello Branco, presidente da Petrobras.

Ao invés de instalar novos equipamentos na Reduc, que vai passar por um processo de modernização, a ideia da estatal é ter um duto que parta da refinaria até o Comperj. "É um projeto da Petrobras e não tem investimento estimado ainda, é uma ideia", afirmou Castello Branco.

De acordo com o presidente da estatal, a Petrobras quer investir US$ 6 bilhões, ao longo de quatro anos, na modernização do parque de refino. Se a venda das oito unidades, conforme previsto no Plano Estratégico 2020-2024, for bem-sucedida, a capacidade ficará concentrada em Rio de Janeiro e São Paulo.

 
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Estatal vai se desfazer de participações e oito refinarias
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Esperança de voltar a trabalhar no Comperj
Quem nunca ouviu a história de um nordestino que saiu lá do sertão para tentar a oportunidade de uma vida melhor em uma grande cidade? Em Itaboraí, a cada esquina essa história se repete. Há oito anos, a vida do maranhense David Ferreira passava por essa transformação. Formado no curso de encanador industrial, ele iniciava uma nova vida no Comperj.

"Foram quatro anos passando por várias empresas que eram contratadas pela Petrobras. Eu tinha um salário muito bom. Conseguia manter as contas de casa em dia e ainda sobrava para aproveitar com a minha esposa. Infelizmente as coisas mudaram e perdi meu emprego. E agora, depois de alguns anos desempregado, tenho esperança de conseguir um emprego novo".

Hoje, casado e com uma filha de quatro anos, o enganador industrial encontrou no mercado das plantas a oportunidade de um novo emprego.  "A gente não pode ficar parado. Não posso dar espaço para o desespero. Tenho que dar continuidade à minha vida. Quando encontro uma pedra no meio do caminho, eu passo por ela e continuo a caminhada".

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