O Carnaval deste ano vai ser a porta de entrada para pessoas acima dos 60 anos voltarem ao mercado de trabalho, depois que produtores de eventos contrataram 250 idosos para vagas temporárias durante a folia, para cargos na Marquês de Sapucaí e em festas pela cidade. A expectativa é que mais vagas sejam abertas à medida que mais empresas aderirem ao programa de empregabilidade da Prefeitura do Rio, que começou em dezembro do ano passado e já recebeu 5 mil inscrições.
"Já são 250 vagas preenchidas e vamos abrir outras 150. Tem muita gente nesta faixa etária com potencial, energia e vontade de trabalhar. As empresas têm que aproveitar esta oportunidade para reinseri-los num universo do qual eles sempre fizeram parte", afirma o secretário municipal de Envelhecimento Saudável, Qualidade de Vida e Eventos, Felipe Michel.
Além das vagas para o Carnaval, 250 foram preenchidas em outros segmentos. A expectativa é de que mais pessoas sejam chamadas. Desempregada há dois anos, a técnica de enfermagem Enídia Rimes Mendes dos Santos, 66 anos, conseguiu uma vaga no Hospital Getúlio Vargas. "A oportunidade veio e foi muito bem-vinda. Amo trabalhar com pessoas, fazer o que faço, e estou muito feliz", conta. A primeira fase do projeto já foi encerrada e ainda não há previsão para uma nova. Pelo menos 15 empresas aderiram a proposta e vão receber o selo Amigo da Pessoa Idosa.
Para o prefeito do Rio, Marcelo Crivella, o decreto vai mudar o rumo dos idosos no mercado de trabalho. "Esse decreto é política pública. Ele chega para trazer ao Rio a vocação de empregar seus idosos. Ações simples como essa mudam o rumo das coisas, de forma positiva", afirmou Crivella.
E o índice de desemprego entre idosos aumentou de 18,5% para 40,3% entre 2013 e 2018, segundo Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD), do IBGE. Ainda segundo dados, 41% dos idosos empregados trabalham informalmente.
Prefeito quer transformar garis em estatutários
O prefeito Marcelo Crivella anunciou que vai transformar os garis contratados até 5 de outubro de 1988 em estatutários, após o recesso parlamentar, informou o prefeito Marcelo Crivella no Palácio da Cidade. "Nós vamos transformar em estatutários os nossos garis, nós temos garis com 80 anos de idade. Eles já são aposentados no Regime Geral e continuam trabalhando, para receber R$2 mil, R$3 mil. Mas, se fossem estatutários, não precisariam trabalhar, porque com 80 anos ser gari, varrer rua na chuva, não há quem aguente. Assim que os vereadores voltarem do recesso, vamos transformar em lei e esses milhares de garis poderão ir para casa, que é uma coisa muito justa", complementa.
Em novembro do ano passado, Crivella encaminhou um Projeto de Lei para a Câmara dos Vereadores, para tornar estatutários 2.400 garis. A proposta permite que os funcionários da Comlurb se aposentem com salários de R$8 mil e não com o teto do INSS, que atualmente está em R$6.101,06.
Colaborou a estagiária Rachel Siston
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