Distribuição de alimentos na Fulton Street, no Brooklyn - Viviane Faver
Distribuição de alimentos na Fulton Street, no BrooklynViviane Faver
Por VIVIANE FAVER
Solidariedade e união crescem em meio à pandemia, principalmente entre imigrantes que residem em Nova York, nos Estados Unidos. No Brooklyn, por exemplo, a comunidade se reuniu para arrecadar alimentos e distribuir aos menos afortunados na Fulton Street. A carioca Clara Planel, residente no país há nove anos e fundadora da Kindside, rede de creches e pré-escolas corporativas, se propôs a ajudar profissionais independentes e pequenos negócios liderados por mulheres aceitando como pagamento troca de experiências e/ou indicação futuras para seu negócio quando a crise acabar.

“Tenho muita experiência em desenvolvimento de negócios e marcas, mas por 15 anos de carreira eu sentia que não estava aplicando esse conhecimento pra gerar alguma coisa boa pra alguém. O coronavírus foi uma chance de expandir essa ajuda pro-bono, e é a desculpa perfeita pra não ler notícia ruim a cada 5 minutos”, declara.

A ajuda é feita usando Google Docs onde os pequenos empresários selecionam os clientes baseados no tipo de consultoria, número de horas e tipo de indústria onde o cliente atua. “Muitos estão vendo isso como uma oportunidade de conseguir clientes pagos quando essa crise toda acabar”, explica.

A primeira consulta dura 30 minutos, onde o cliente explica os objetivos da empresa e os problemas que estão enfrentando, também aborda questões sobre como gerar fontes extras de lucro sem precisar investir capital.

Para isso, Maria Planel faz um mini-contrato para deixar tudo esclarecido, com o número de horas, o que está incluído e que não está, e o valor do serviço é zero. “A troca sempre vai existir, e é a parte mais legal. A última cliente que chegou é uma professora de pré-escola muito respeitada, que ensina música para os pequenos e quer expandir o negócio online. Já combinamos que ela vai me ajudar indicando professoras quando eu abrir a minha primeira escola”, conta.

Outra brasileira que se colocou à disposição para ajuda é a especialista em imigração americana, Fanchele Barra. E ela dá a dica: é preciso muito esforço, educação financeira, e aprendizado para superar essa fase pelos próximos 12 meses.
 Edição Martha Imenes