Imposto não estaria sendo repassado ao município desde 1997Reprodução
Por MARTHA IMENES
Publicado 15/04/2020 06:00
Com o crescimento da pandemia de coronavírus muitas medidas precisam ser tomadas para evitar a propagação do vírus, além de lavar bem as mãos com água e sabão e usar álcool gel 70%. Entre elas está a higienização de objetos de uso pessoal, como o inseparável celular, bolsas, calçados, documentos, e até cartões de banco e dinheiro. Todos precisam de atenção especial na hora da limpeza e da utilização. Estudos apontam que o coronavírus pode persistir por algumas horas ou até dias. Isso pode variar, por exemplo, conforme o tipo de superfície, temperatura ou umidade do ambiente. Portanto, a orientação de especialistas para evitar contaminação é, após usar esses objetos, lavar as mãos com água e sabão ou usar álcool gel 70% e evitar tocar nos olhos, boca ou nariz. Principalmente após manusear dinheiro. 

O infectologista Edimilson Migowski fez um alerta para limpar os objetos: "Superfícies e bolsas, celulares, por exemplo, não podem ser higienizados com álcool gel, pode 'grudar' sujeira. Nestes casos o álcool 70% é o mais recomendado", orienta Migowski.

“Não importa se o meio de pagamento é cartão ou dinheiro, o que importa é higienizar as mãos. Como não ficamos o tempo todo com eles nas mãos, ao pegar nessas coisas e em tudo que a gente compartilha, como canetas, higienize as mãos”, explicou à Agência Brasil a infectologista Eliana Bicudo, da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

Nos supermercados
Mesmo com a recomendação do Ministério da Saúde de manter o isolamento social, algumas pessoas ainda precisam frequentar mercados e farmácias em busca de itens essenciais ou mesmo estabelecimentos de saúde, como os idosos, por exemplo. É importante destacar, que os mais velhos são mais suscetíveis ao óbito por causa da Covid-19, mas a doença atinge - e mata - em todas as idades.

A recomendação para quem precisa sair de casa é a de manter o distanciamento de pelo menos um metro e meio entre as pessoas, evitar aglomerações, nada de abraços, beijos, ou apertos de mão. A SBI explica que, como não se sabe o papel da pessoa sem sintomas na cadeia de transmissão, é recomendável não apertar as mãos.

"Pode fazer seu supermercado, suas compras, tocar nos objetos, mas ficar atento para não levar as mãos à boca. Assim que acabar, higienize as mãos dentro do possível, sempre que puder", diz a infectologista.

Confira as recomendações de pesquisadores da UFRJ
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Campanha contra o uso de papel moeda
André Fernandes, da Agência de Notícias da Favela, faz campanha para reduzir a circulação de papel moeda para conter a disseminação do coronavírusDivulgação
O alerta feito em relação à contaminação via dinheiro já foi feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que aconselhou “que as pessoas lavem suas mãos após o manuseio das notas e evitem levar as mãos ao rosto e, quando possível, usar meios de pagamento sem contato”.

Preocupada com a contaminação por meio do dinheiro, a Agência de Notícias das Favelas (ANF) lançou uma campanha para tirar o papel moeda de circulação das periferias antes que milhões de pessoas sejam infectadas. Em entrevista ao O DIA, André Fernandes, diretor da ANF, avalia que estamos vivendo uma guerra e prega que união e estratégia caminhem juntas para evitar a morte de milhões de pessoas. "O governo liberou auxílio emergencial, serão R$ 88 bilhões em circulação. Imagine cada um tirando o dinheiro. Olha o risco que as pessoas estão correndo", adverte Fernandes.

Uma das saídas segundo ele, seria a utilização do "dinheiro no celular". Hoje, existem vários aplicativos e bancos que já conseguem, de forma simples e prática, sem muita burocracia, disponibilizar para os cidadãos uma maneira mais limpa e segura de pagar, receber e fazer transferências usando somente o celular, sem tocar, inclusive, em cartões e maquininhas para digitar senha. "No Pag Seguro e no Iti, por exemplo, é possível fazer o cadastramento pelo próprio celular, sem muita complicação", acrescenta.