Bolsa encerra em alta de 0,61%, a 101.467,87 pontos
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Bolsa encerra em alta de 0,61%, a 101.467,87 pontos Reprodução
Por ESTADÃO CONTEÚDO
Brasília - Ao contrário de outras sessões desta semana, onde predominou a influência externa, o noticiário doméstico teve nesta quinta-feira, peso determinante para a forte queda do dólar, que fechou no menor nível desde o último dia 4. Primeiro foi o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarando que pode atuar mais no câmbio, se necessário. Depois, foi a reunião entre governadores, Jair Bolsonaro e o Congresso, mostrando clima mais pacificador e chegando a um consenso sobre não reajustar salários de servidores, como vinha defendendo o ministro da Economia Paulo Guedes.

Neste ambiente, o real foi nesta quinta a moeda com melhor desempenho ante o dólar em uma cesta de 34 divisas internacionais, em dia marcado por cautela no exterior.

A moeda americana subiu ante divisas fortes e alguns emergentes, em meio à deterioração das relações da Casa Branca com Pequim. No mercado doméstico, o dólar à vista fechou em R$ 5,5818, em queda de 1,88%. A moeda americana já acumula desvalorização de 4,4% na semana.

O operador e economista da Advanced Corretora de Câmbio, Alessandro Faganello, ressalta que o principal catalisador do mercado nesta quinta foi a promessa de Bolsonaro de sancionar em breve o projeto de socorro aos Estados, de R$ 60 bilhões.

Ele também destaca declarações do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), ao afirmar que o encontro mostra "união" entre os Poderes, e foi um pedido para que todos "deem as mãos e levantem uma bandeira branca".

"O cenário político deu um alívio hoje", avalia Faganello, citando ainda que Campos Neto também contribuiu. "Ele mostrou que não vai permitir distorção nos preços do dólar."

O gestor da HIX Capital, Gustavo Heilberg, avalia que o quadro ainda é de incertezas com o cenário, pois há muitas perguntas sem respostas claras, mas há espaço para otimismo. Ele mencionou que o Congresso, na hora que precisa, aprova medidas importantes e que o Brasil entrou na crise com nível de reservas cambiais bastante forte, disse em live nesta quinta da Genial Investimentos.

O receio com o cenário pode ser visto pelo fato de o real ser a pior moeda de emergente este ano e o Ibovespa o índice com pior desempenho. Mas Heilberg disse acreditar que tudo vai se resolver, embora setores como o de shopping centers possam demorar três anos, ou mesmo mais tempo, para voltar aos níveis pré-pandemia.