Dólar
 - Arquivo / Agência Brasil
Dólar Arquivo / Agência Brasil
Por ESTADÃO CONTEÚDO
EUA - A perspectiva de avanço de uma vacina para o coronavírus provocou alta das bolsas pelo mundo e enfraquecimento do dólar, mas aqui a moeda americana andou de lado. Fechou com ganho no mercado à vista e no futuro, onde grandes investidores elevaram apostas contra o real nesta terça.
Novos relatos de saída de capital do Brasil, preocupações com a retomada da atividade econômica e crescimento dos casos de coronavírus, além da tensão entre Estados Unidos e China, estão entre os fatores que limitam a melhora da divisa brasileira, de acordo com profissionais de câmbio.
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O banco alemão Commerzbank passou a prever hoje que a moeda americana deve ficar ao redor dos R$ 5,30 até dezembro. No fechamento, o dólar à vista terminou em alta de 0,68%, cotado em R$ 5,3855.
Esta quarta teve agenda internacional cheia, com o grupo Opep+, que reúne a Organização dos países Exportadores de Petróleo e seus aliados, anunciando que aumentará sua produção em agosto, após cortes recentes, e a farmacêutica Moderna divulgando resultados animadores dos testes em humanos da vacina que desenvolve para combater o coronavírus.
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Além disso, a produção industrial nos EUA cresceu mais que o esperado e o Livre Bege do Federal Reserve alertou para a incerteza do cenário. Neste ambiente, o dólar teve dia de enfraquecimento quase que generalizado no mercado internacional.
"O dólar testou novos níveis de baixa", destacam os estrategistas do banco americano Brown Brothers Harriman (BBH).
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No mercado brasileiro, porém, esse enfraquecimento do dólar foi menos sentido hoje. A analista de moedas do Commerzbank, You-Na Park-Heger, observa que um dos fatores que pesam é que a situação do coronavírus no Brasil não dá sinais de melhora.
Assim, fica difícil estimar o nível de severidade em que a economia será afetada e quanto tempo vai durar a atividade enfraquecida.
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Por isso, ela prevê mais um corte de juros pelo Banco Central em agosto, de 0,25 ponto porcentual, e o dólar em R$ 5,30 até o final do ano. A moeda americana só cairia abaixo de R$ 5,00 em junho de 2021.
Apesar do esforço em avançar no Congresso com as reformas, como a tributária, a analista do Commerzbank destaca que a pandemia deve tornar mais difícil o avanço desta agenda.
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Há ainda o cenário político, que melhorou nas últimas semanas, mas está sempre sujeito a reviravoltas. Por isso, ela observa que as moedas emergentes devem se beneficiar da liquidez internacional, mas o real tende impacto mais limitado.
Dados divulgados hoje mostram que o Brasil segue perdendo recursos externos. Em julho, até o dia 10, houve saídas líquidas de US$ 3,504 bilhões pelo canal financeiro. No ano, a fuga de recursos por este canal já soma US$ 41,6 bilhões. Na B3, já saíram R$ 5 bilhões este mês, até o dia 13.