Levantamento de O DIA aponta que de 42 postos em três gerências, pelo menos oito têm condições de reabrir
 - Estefan Radovicz
Levantamento de O DIA aponta que de 42 postos em três gerências, pelo menos oito têm condições de reabrir Estefan Radovicz
Por MARTHA IMENES
A reabertura gradual das agências do INSS, prevista para ocorrer no próximo dia 3 de agosto, segunda-feira, foi adiada para o dia 24. Ou seja, todos os serviços continuam sendo feitos exclusivamente por meios remotos, como o portal Meu INSS e a central de atendimento telefônico 135, até o dia 21 do próximo mês. Esta é a segunda vez que a retomada é adiada. A primeira seria em 13 de julho, passou a 3 de agosto e agora 24.

E essa data ainda não e certa. Fontes do instituto informaram ao jornal O DIA que se a pandemia não recuar a data de reabertura será, novamente, reavaliada. "O que não pode acontecer é reabrir as unidades e colocar em risco a vida de pessoas que precisam dos serviços do INSS e os servidores", avalia um gestor que pediu para não ser identificado.

De acordo com o INSS, neste primeiro momento, somente os postos de atendimento que estiverem adequados aos protocolos de segurança para evitar a propagação do coronavírus vão reabrir. O instituto não informou quais serão as primeiras unidades a funcionar, mas salientou que serão consideradas as características de cada uma das 1.525 Agências da Previdência Social (APS) no país. 

Os principais serviços que serão retomados este momento serão: perícia médica, avaliação social, cumprimento de exigência, justificação administrativa, reabilitação profissional, justificação judicial e e atendimento relacionado ao monitoramento operacional de benefícios. Os postos funcionarão parcialmente por seis horas para atender segurados e beneficiários que tiveram o agendamento suspenso por causa da pandemia de coronavírus.

O INSS informou que um painel eletrônico contendo informações sobre o funcionamento das agências, os serviços oferecidos e o horário de funcionamento estará disponível na internet para que os segurados confiram dia e horário de atendimento.

Para Viviane Peres, diretora da Federação Nacional de Servidores da Previdência Social (Fenasps), a abertura das agências de forma prematura coloca em risco a saúde de servidores e de segurados do instituto. "O público do INSS é, em sua maioria, formado por idosos, doentes, deficientes e gestantes, todos de grupo de risco", diz Viviane.
Pressão para agências não reabrirem
Dirigentes da Fenasps e do Sindprev do Distrito Federal fizeram manifestação na porta da direção central do INSS, em Brasília, reivindicando reunião com o instituto para tratar do retorno às agências
Dirigentes da Fenasps e do Sindprev do Distrito Federal fizeram manifestação na porta da direção central do INSS, em Brasília, reivindicando reunião com o instituto para tratar do retorno às agênciasDivulgação
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Após anunciar a reabertura dos postos em 13 de julho o INSS se viu obrigado a voltar atrás após pressão da Federação Nacional dos Servidores da Previdência Social (Fenasps), que realizou reuniões com o presidente do INSS, Leonardo Rolim, para tratar dos protocolos de segurança que deveriam ser adotados antes da reabertura das unidades. Após a reunião, a data foi adiada para 3 de agosto. Agora será, em princípio, no dia 24.

Além da Fenasps, a Associação Nacional dos Médicos Peritos (ANMP) enviou ofício para o Ministério da Economia e para o INSS se posicionando contra a reabertura dos postos diante do quadro crescente de contaminação. 
Após anunciar a reabertura dos postos em 13 de julho o INSS se viu obrigado a voltar atrás após pressão da Federação Nacional dos Servidores da Previdência Social (Fenasps). Após reuniões com o presidente do INSS, Leonardo Rolim, para tratar dos protocolos de segurança a data foi adiada para 3 de agosto. Agora será, em princípio, no dia 24.

E a pressão continua: a secretária nacional de Perícia Médica, Karina Braido, pediu demissão junto com 120 coordenadores e chefes regionais da perícia espalhados pelo país, segundo a revista Veja. Fonte do INSS confirmou ao jornal O DIA a saída do grupo como forma de pressão pela não reabertura das agências.
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