O comerciante Luiz Sérgio Fiorim recebeu o kit, preço mais atrativo e prazo maior para pagar os produtos - Divulgação
O comerciante Luiz Sérgio Fiorim recebeu o kit, preço mais atrativo e prazo maior para pagar os produtosDivulgação
Por Letícia Moura*
Diante da crise econômica provocada pela pandemia de coronavírus, que atingiu em cheio o comércio, algumas iniciativas visam atenuar a situação dos pequenos varejistas. Uma delas é o Movimento Nós que mantém um pacote de ações para ajudar comerciantes do estado a melhorarem a rentabilidade, por pelo menos três meses. Segundo o programa, devem ser beneficiados mais de 25 mil pequenos comércios e em torno de 230 mil pessoas impactadas no Estado do Rio.

Entre os benefícios, podem haver prazos maiores de pagamento, com mais parcelas, crédito digital para a primeira compra, descontos especiais, produtos bonificados e consignados. O projeto ainda promove outras ações, como reposição de estoques de produtos com descontos adicionais aos valores totais dos pedidos ou em itens selecionados, seleção de produtos com promoção especial para ser repassado o desconto ao consumidor e retorno de créditos a cada compra em pedidos futuros (cashback).

Iniciativa solidária
A ação solidária conta com oito grandes empresas: Ambev, Aurora Alimentos, BRF, Coca-Cola Brasil, Grupo Heineken, Mondelz International, Nestlé e PepsiCo. As marcas entram em contato com clientes cadastrados para indicar benefícios. E cada uma tem o seu próprio pacote de vantagens e forma independente de oferecer condições comerciais.

Inicialmente, os comerciantes recebem kits com cartilhas, cartazes, máscaras e álcool em gel. Depois, têm acesso às demais frentes de apoio propostas pela coalizão. De acordo com os organizadores, esse contato já vem sendo feito pelos times de vendas - ponto de conexão do pequeno varejista com as empresas.

O programa apenas contempla os varejistas com cadastro em uma das oito empresas do Movimento Nós. Quem se interessar em participar das ofertas comerciais diferenciadas, deve entrar em contato pelo site (www.movimentonos.com.br). Na aba "Reabastecimento - condições comerciais', estão os canais de atendimento das oito marcas.

Além disso, no "Fale conosco" do site os comerciantes podem tirar dúvidas, mediante o preenchimento dos seus dados pessoais e da empresa.

O movimento ainda está aberto à adesão de outras empresas que, como o grupo inicial, tenham como premissa auxiliar a retomada sustentável das atividades econômicas. Caso alguma empresa queira aderir ao programa deve entrar em contato com Federico Eisner pelo e-mail Federico.Eisner@Bain.com.
Queda de 20% nas vendas
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Apesar dos mercados não terem fechado durante a pandemia, o comerciante Luiz Sérgio Fiorim, de 55 anos, dono de um mini mercado na Taquara, em Jacarepaguá, na Zona Oeste, disse que teve queda nas vendas em torno de 20%, devido ao cenário pandêmico.

De acordo com Fiorim, a Nestlé, uma das empresas fornecedoras de seu estabelecimento, entrou em contato oferecendo preço mais atrativo e prazo maior para pagar as mercadorias.

Para ele, a ação surtiu efeito: "O preço diferenciado ajuda e o prazo também, para reforçar o capital de giro durante esse momento de dificuldade. Normalmente, temos o prazo de sete a 14 dias no máximo para o pagamento. Com um período maior, dá para vender toda a mercadoria nesse tempo e já pagar o fornecedor com o valor da venda dos produtos, sem precisar tirar dinheiro do fluxo de caixa", explica.
*Estagiária sob supervisão de Max Leone