Mão de obra temporária com carteira assinada atingiu em outubro a maior marca de contratações desde o início da série do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2008Marcello Casal Jr / Agência Brasil
Por iG - Economia
Publicado 20/08/2020 11:02 | Atualizado 20/08/2020 11:02
Brasília - O fechamento de mais postos de trabalho em julho e a maior procura por um emprego por quem foi demitido fizeram a taxa de desemprego voltar a subir. Dados da Pnad Covid, divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), indicam que a taxa de desemprego mensal acelerou de 12,4%, em junho, para 13,1%, em julho, no maior patamar desde maio, início da pesquisa. Ao todo, 12,3 milhões de brasileiros são considerados desempregados, ou seja, procuram emprego e não têm.
O quadro geral do mercado de trabalho apresentou deterioração em relação a junho. A queda do número de pessoas ocupadas foi o principal fator de expansão da taxa de desocupação.
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Em relatório publicado na semana passada, os pesquisadores Maria Andreia Parente Lameiras e Marco Cavalcanti, ambos do Ipea, ressaltaram que os efeitos deverão ser prolongados.

O número de desempregados não vinha subindo, como era esperado diante do tamanho da crise causada pela pandemia, por conta da impossibilidade de procurar trabalho.
Na metodologia do IBGE, é considerado desempregado apenas quem efetivamente procura emprego e não acha. Quem desiste ou suspende a busca no período coberto pela pesquisa, não entra na estatística.
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"Apesar de os indicadores econômicos mais recentes apontarem para uma recuperação mais rápida da atividade do que a prevista inicialmente, os efeitos adversos da crise no mercado de trabalho tendem a persistir durante algum tempo", ressaltaram os pesquisadores do Ipea.
Economistas ponderam que a alta do desemprego deve ser uma tendência nos próximos meses, com o fim das medidas de sustentação de renda do governo, como auxílio emergencial e seguro-desemprego. Com a única fonte de renda de muitas famílias ficando escassa, a tendência é que mais pessoas saiam de casa na busca por uma vaga.
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Em julho, 30,2 milhões de domicílios brasileiros, ou 44,1% do total, receberam algum benefício do governo relacionado à pandemia. Isso corresponde a mais 813 mil lares beneficiados, na comparação com o mês anterior.
A flexibilização do distanciamento social e o maior controle sobre as curvas de contágio também devem levar mais pessoas a procurar emprego, mas muitas não encontrarão devido ao baixo dinamismo da economia. Com isso, o mercado de trabalho fica mais pressionado.
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Para os próximos meses, a expectativa é que haja uma recomposição da ocupação por meio dos informais. Dados da Pnad Contínua, divulgados na última semana pelo IBGE, mostraram que 8,9 milhões de pessoas deixaram de trabalhar entre abril e junho, sendo 68% informais.
Apesar de também avaliar o mercado de trabalho, a Pnad Covid não é comparável com os dados da Pnad Contínua, considerado o indicador oficial de desemprego no país, porque a metodologia das duas pesquisas são distintas.