IBGE considera em situação de extrema pobreza quem vive com menos US$ 1,90 por dia, o que equivale a R$ 151 por mês em 2019 - Divulgação IBGE
IBGE considera em situação de extrema pobreza quem vive com menos US$ 1,90 por dia, o que equivale a R$ 151 por mês em 2019Divulgação IBGE
Por O Dia
Brasil - O Brasil não conseguiu diminuir o número de brasileiros que vivem na extrema pobreza no último ano. É o que indica o levantamento divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Entretanto, a população que vive na linha abaixo da pobreza caiu no mesmo período. O trabalho informal pode ser um dos principais motivos.
O contingente de brasileiros na extrema pobreza se manteve em 6,5% em 2019, afetando mais da metade dos nordestinos e 39,8% das mulheres pretas ou pardas. No caso da população pobre, a queda foi de 25,3% para 24,7% das pessoas.
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Os dados de 2019 fazem parte da Síntese de Indicadores Sociais e utilizam dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua de 2012 a 2019, entre outras fontes.
De acordo com o levantamento, em termos absolutos, o contingente de 6,5% representa 13,7 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza extrema em 2019. Apesar de ter ficado estável de 2018 para 2019, este é o pior patamar desde o início da série, em 2012. Em relação aos brasileiros da linha abaixo da pobreza, no ano passado eram cerca de 51,7 milhões de pessoas.
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O IBGE considera em situação de extrema pobreza o brasileiro que vive com menos US$ 1,90 por dia, o que à época o valor equivaleria a aproximadamente R$ 151 por mês no ano passado. Enquanto, os considerados pobres são os brasileiros que vivem com menos de US$ 5,50, correspondente a R$ 436 em 2019.
Entre os que se declararam brancos, 14,7% eram pobres e 3,4% eram extremamente pobres, enquanto entre pretos e pardos 32,3% eram pobres e 8,9% eram extremamente pobres.
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Mulheres pretas ou pardas 

As mulheres pretas ou pardas se destacaram entre os pobres: eram 28,7% da população, 39,8% dos extremamente pobres e 38,1% dos pobres. O arranjo domiciliar formado por mulheres pretas ou pardas responsáveis, sem cônjuge e com presença de filhos menores de 14 anos concentrou a maior incidência de pobreza: 24% dos moradores desses arranjos tinham rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 1,90 e 62,4% inferior a US$ 5,50. Já entre as crianças com até 14 anos de idade, 11,3% eram extremamente pobres e 41,7% pobres.

Os trabalhadores familiares auxiliares eram a posição na ocupação com maior incidência de extrema pobreza (12,2%) e de pobreza (39,5%). Chama também atenção o fato de 25,6% dos trabalhadores domésticos, 23,3% dos empregados sem carteira e 19,3% dos trabalhadores por conta-própria estarem entre aqueles considerados pobres pela linha de US$ 5,50.

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