Conforme O DIA tem mostrado, projetos de lei e medida provisória tratam do pagamento do 14º salário para aposentados e pensionistas, mas todos estão engavetados, seja no Senado, seja na Câmara. Para que eles saiam do âmbito do "preto e branco" é preciso que os presidentes das duas Casas (Câmara e Senado) coloquem em discussão nos plenários.
Procurada, a assessoria do deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), informou que não está prevista a colocação do 14º dos aposentados em pauta na Câmara. E acrescentou que "em nenhum momento isso foi colocado com promessa de pauta".
O presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados e Idosos (Sindnapi), João Batista Inocentini, contou ao jornal O DIA que tem tentado se reunir com Bolsonaro mas que não tem tido sucesso. "Ele não quer nem ouvir falar de 14º de aposentados", reclama Inocentini.
É importante destacar que a maioria (80%) dos aposentados e pensionistas do INSS recebe o piso nacional, que hoje equivale a R$ 1.045.
Pressão nos gabinetes
Enquanto nem Bolsonaro, nem Maia tratam do assunto. O abono emergencial de Natal, ou 14º salário, para aposentados e pensionistas do INSS ganha força em Brasília: o deputado federal Luiz Lima (PSL-RJ), que era contrário ao pagamento do abono, agora já é favorável, e o relator da Medida Provisória 1006, Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM), também é a favor do 14º.
"Estamos na expectativa de conseguir uma reunião com o presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) e com o presidente do INSS, Leonardo Rolim, para mostrar a importância do pagamento do abono", contou ao jornal O DIA Felipe Brito, que está em Brasília para sensibilizar os parlamentares sobre a questão de aposentados e pensionistas do INSS.
"O aposentado lutou pelo nosso país por 30, 35 anos e ganha um salário muito baixo. Cerca de 80% recebe um salário mínimo e quando e se aposenta seu custo aumenta. E agora na pandemia ele está sustentando sua família. Então está na hora de darmos nossa contrapartida", afirmou Capitão Neto.
Cabe destacar que a MP enviada pelo Executivo trata do aumento da margem consignável dos aposentados, mas recebeu emendas e uma delas é justamente o 14º salário de aposentados.
"Nós vamos lutar por esse 14º salário e percorrer todos os gabinetes para alcançar essa vitória", disse o relator da medida. E acrescentou: "A vitória não é só para aposentado, é para o Brasil, porque os aposentados nesse período de pandemia estão sustentando a sua família, ajudado netos, aberto negócios, tem movimentado o comércio do bairro e de cidades pequenas. O aposentado ajudou o país nesse momento grave, e teve seu 13º antecipado para ajudar a economia do país nesse momento de crise, então o 14º salário é justo".
"Vamos continuar pressionando o presidente da Câmara para que ele paute a MP 1006 ainda este ano para garantir este direito ao aposentado", finalizou o parlamentar.