Geral - Movimentaçao no SAARA, centro do Rio.Reginaldo Pimenta / Agencia O Dia

Por Marina Cardoso
O reflexo da pandemia do coronavírus (covid-19) no mercado de trabalho no ano passado foi sentido na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada, nesta quarta-feira, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os impactos negativos foram registrados em 23 estados brasileiros, que tiveram recorde de taxa média de desemprego em 2020. 
Conforme divulgado no final do mês passado pelo IBGE, a taxa de desocupação nacional caiu no 4º trimestre de 2020 para 13,9%, já que no 3º trimestre o percentual ficou em 14,6%. Nesta quarta-feira, o instituto detalhou essa taxa de desemprego por cada estado do país. 
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A pesquisa aponta que 23 dos 27 estados tiveram aumento nas taxas de desemprego comparado a 2019. Na média brasileira, o percentual de desemprego no Brasil ficou em 13,5% no ano passado, enquanto no anterior ficou em 11,9%. A taxa do ano passado é a maior em nove anos, desde o início da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.
As maiores taxas foram vistas em estados do Nordeste, enquanto as menores no Sul. Em 2020, a maior taxa de desemprego no país foi registrada na Bahia, com 19,8%, seguida de Alagoas (18,6%) e Sergipe (18,4%). A menor foi em Santa Catarina (6,1%), que manteve o mesmo percentual de 2019 e, por isso, não registrou aumento. Em São Paulo, o desemprego ficou em 13,9%, frente aos 12,5% de 2019. No Rio de Janeiro, o desemprego foi de 14,7% em 2019 para 17,4% em 2020.

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Confira a taxa média de desemprego em 2020 em cada estado 
Bahia 19,8%
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Alagoas 18,6%
Sergipe 18,4%
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Rio de Janeiro 17,4%
Pernambuco 16,8%
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Roraima  16,4%
Maranhão 15,9%
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Amazonas 15,8%
Rio Grande do Norte 15,8%
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Acre 15,1%
Distrito Federal 14,8% 
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Paraíba  14,6%
São Paulo 13,9%
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Ceará 13,2%
Espírito Santo 12,7%
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Minas Gerais 12,5%
Goiás 12,4%
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Tocantins 11,6%
Rondônia 10,4%
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Mato Grosso do Sul 10%
Mato Grosso 9,7%
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Paraná 9,4%
Rio Grande do Sul 9,1%
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Brancos x negros
A taxa de desemprego entre os brasileiros que se declaram brancos (11,5%) ficou abaixo da taxa de desocupação dos autodeclarados pretos (17,2%) e pardos (15,8%) no quarto trimestre do ano passado. "A taxa de desocupação de pretos é 49,6% maior do que a de brancos", ressaltou Adriana Beringuy, analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE. A taxa de desocupação dos autodeclarados pardos foi 37,4% superior à dos brancos.
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Rendimento 
No 4º trimestre de 2020, o rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, foi estimado em R$ 2.507. Este resultado apresentou redução de -4,2% em relação ao trimestre imediatamente anterior (R$ 2.616) e aumento de 2,8% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 2.240).

Na comparação entre o 3º e o 4º trimestre de 2020, as Regiões Nordeste (R$ 1.683) e Sudeste (R$ 2.903) apresentaram redução do rendimento (-3,7% e -5,3%, respectivamente), enquanto as demais permaneceram estáveis. Em relação ao 4º trimestre de 2019, apenas a Região Sudeste apresentou variação estatisticamente significativa (aumento de 4,0%).

A massa de rendimento médio real de todos os trabalhos, habitualmente recebido por mês, pelas pessoas de 14 anos ou mais de idade, ocupadas na semana de referência, com rendimento de trabalho, foi estimada em R$ 210,7 bilhões de reais, registrando estabilidade em relação ao trimestre anterior (R$ 210,3 bilhões de reais) e redução em relação ao mesmo trimestre do ano anterior (R$ 225,5 bilhões de reais).
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Taxa de subutilização e carteira assinada
No 4° trimestre de 2020, a taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) foi de 28,7%. Piauí (46,7%) apresentou a maior taxa, seguido por Alagoas (46,6%), Maranhão (44,7%) e Bahia (44,6%). Já as menores taxas ficaram com Santa Catarina (10,8%), Mato Grosso (17,5%), Rio Grande do Sul (18,7%) e Paraná (19,3%), únicas unidades da federação abaixo de 20%.
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No 4º tri de 2020, 75% dos empregados do setor privado tinham carteira de trabalho assinada. As Regiões Nordeste (59,6%) e Norte (58,2%) apresentaram as menores taxas. Entre os trabalhadores domésticos, 26,1% tinham carteira de trabalho assinada.

Dentre as unidades da Federação, os maiores percentuais de empregados com carteira assinada no setor privado estavam em Santa Catarina (87,9%), Paraná (85,3%) e Rio Grande do Sul (83,9%) e os menores no Maranhão (48,5%), Pará (51,4%) e Piauí (52%).
 
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