
Mas se qualificação é hoje algo que torna um candidato em destaque, por que as mulheres, mesmo com o maior nível de escolaridade, continuam ganhando menos? É esse um dos motivos que transparece um descompasso significativo, pois os dados do levantamento indicam que, apesar da acirrada disputa, as mulheres saem na frente no recorte de nível superior e pós-graduação completo.
Segundo o levantamento, 30% das mulheres possuem nível superior e pós-graduação, enquanto os homens, apenas são 24%. Mesmo assim, com uma qualificação um pouco menor, eles podem ganhar até 52% a mais que elas exercendo uma mesma função. A pesquisa elucida o distanciamento do profissional homem e mulher no cenário profissional. Fatores super relevantes como formação, qualificação e experiência profissional não bastam para igualar a balança. Apesar dos perceptíveis avanços, ainda há obstáculos a serem superados.
Ainda conforme o estudo, 52% é a maior disparidade nas médias salariais entre homens e mulheres identificada por nível de cargo. São nas ocupações de profissional especialista e graduado que as remunerações por gênero mais se distanciam, seguidos de profissional especialista técnico com 47% de diferença.
Algumas áreas ainda são hostis à presença de mulheres. É o caso do segmento de tecnologia que, embora mesmo durante a pandemia manteve as contratações em ritmo acelerado, tem dificuldade em inserir as mulheres no setor, principalmente em cargos de liderança.
Segundo a pesquisa, somente 19% da área de tecnologia é composta por mulheres e, em média, elas ganham 11% menos que os homens da área. Em alguns cargos como engenheiros de sistemas operacionais em computação e gerente de desenvolvimento de sistemas, as mulheres chegam a ganhar, respectivamente, 33% e 18% menos que os homens. As mesmas funções são ocupadas por 15% e 19% de mulheres, apenas.