“Algumas diferenças históricas, que estavam em processo de diminuição, regrediram devido aos efeitos da pandemia. Fica nítido que, ao comparar os gêneros, as mulheres sofreram impactos mais negativos na vida financeira. Consequentemente, sentiram mais impactos no seu emocional. Da mesma forma, o estudo evidencia que as classes classificadas pelo IBGE como C, D e E sofreram mais, até mesmo por terem menos posses e acesso restrito a alternativas de crédito para enfrentar esse período”, explica a especialista em Pesquisa e Comportamento do Consumidor da Serasa, Jéssica Vicente.
Prioridade nos pagamentos
Houve queda de cinco pontos percentuais (pp) no número de pessoas que conseguia pagar as contas no vencimento e uma alta de sete pp na priorização de quais contas pagar dentro do prazo, durante a pandemia, sendo que a busca por um equilíbrio mínimo nas finanças veio do corte de gastos.
Em relação a 2021, os serviços de assinaturas viraram essenciais, com o alto índice de pagamentos em dia, devido à recorrência. Já os cartões de crédito, ao contrário do ano passado, aparecem em terceiro lugar, com 74% dos pagamentos em dia.
Aspectos positivos em relação às finanças também foram identificados na pesquisa: 71% dos entrevistados dão mais valor a ter dinheiro guardado, agora, do que antes da pandemia; enquanto 64% concordam que aprenderam a cuidar melhor do dinheiro e 54% perceberam que faziam gastos desnecessários.
Porém, o estudo também deixa nítido que a alta de mais de 50% nos gastos consumiu as reservas dos brasileiros que possuíam dinheiro guardado. Parte dos brasileiros teve que usar as reservas financeiras para pagar as contas básicas de água, luz e gás. Além disso, o desemprego e o endividamento trouxeram impactos no comportamento e nas emoções, como insônia e dificuldades para dormir (73%), além da concentração na execução de tarefas diárias (69%).
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