Publicado 11/04/2021 14:03 | Atualizado 11/04/2021 14:06
De acordo com o levantamento da agência de classificação de risco Austin Rating, o Brasil pode registrar a 14ª maior taxa de desemprego do mundo, após ter ficado em 2020 na 22ª posição no ranking mundial dos países com os piores patamares de desocupação. As informações são a partir das novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia global.
O ranking, que está no ar desde 2016, compara os índices oficiais dos países e as projeções do FMI para 2021 para um conjunto de 100 economias. Em 2019, o Brasil ficou na 15ª posição.
Segundo o estudo, a taxa de desemprego no Brasil deve subir para 14,5% este ano, ultrapassando a de países como Colômbia, Peru e Sérvia, e indo contra a taxa média global, cuja estimativa é de recuo para 8,7% este ano, ante 9,3% no ano passado.
Pelas projeções do FMI, a África do Sul seguirá com a pior taxa mundial (29,7%), seguida pelo Sudão (28,4%) e pela Cisjordânia e Faixa de Gaza (25,1%). Já o país com o menor desemprego deverá ser a Tailândia (1,5%).
Desemprego atinge recorde de 14,3 milhões de pessoas
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa média de desemprego no país em 2020 foi de 13,5%, a maior da série iniciada em 2012.
Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), o desemprego ficou registrado com taxa 14,2% no trimestre encerrado em janeiro, atingindo o recorde de 14,3 milhões de brasileiros desempregados.
O que explica o aumento do desemprego no Brasil
Entre os principais fatores estão o agravamento da pandemia de covid-19 e o aumento das preocupações em torno da saúde das contas públicas e do Orçamento 2021. Isso tem aumentado as incertezas sobre o ritmo da recuperação econômica após a queda histórica de 4,1% do PIB no ano passado.
Além do ritmo lento da vacinação contra a Covid no Brasil, o crescimento previsto para o PIB brasileiro neste ano é menor do que o estimado para economias emergentes (6,7%) e para outros países também severamente afetados pela pandemia como o México (5%).
O FMI projeta um crescimento de 3,7% para a economia brasileira em 2021, abaixo da média global (6%). Já a projeção atual dos economistas do mercado financeiro é de alta de 3,17% do PIB este ano, segundo a última pesquisa Focus do Banco Central.
Projeções do FMI para a taxa de desemprego no Brasil
2021: 14,5 %
2022: 13,2%
2023: 12,4%
2024: 11,5%
2025: 10,8%
2026: 10%
2022: 13,2%
2023: 12,4%
2024: 11,5%
2025: 10,8%
2026: 10%
Crise econômica prolongada contribui para desemprego elevado
Antes mesmo da pandemia, o Brasil já registrava uma altíssima taxa de desemprego, bem acima da média da América Latina.
Em 2019, o Brasil ficou na 15ª posição no ranking dos países campeões em desemprego, com uma taxa de 11,9% – a pior da região, atrás somente da Costa Rica (12,4%).
Outros países fortemente abalados pela pandemia em 2020 já devem apresentar uma redução na taxa de desemprego neste ano, como a Colômbia (de 16,1% em 2020 para 12,8% em 2021), o Peru (13,6% para 9,7%) e o México (4,4% para 3,6%). Os dados são do levantamento da Austin Rating.
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