Em contraste, os preços internacionais do arroz caíram novamente em abril, refletindo principalmente movimentos cambiais e atividades comerciais lentas, com restrições logísticas persistentes e custos de frete continuando a atrapalhar novos negócios.
O levantamento mensal da FAO também apontou que o subíndice de preços dos Óleos Vegetais registrou média de 162,0 pontos em abril, alta de 2,9 pontos (1,8%) no mês a mês. "Os valores do óleo de soja e de colza aumentaram puxados por uma demanda global forte, por parte de produtores de biodiesel, e pela prolongada restrição da oferta global", destacou a entidade. As cotações internacionais do óleo de palma continuaram subindo bastante em abril, em virtude de preocupações com o crescimento da produção mais lenta do que o esperado nos principais países exportadores. A entidade acrescentou que os preços internacionais do óleo de girassol contraíram relativamente devido ao racionamento da demanda.
O subíndice de preços de Laticínios, por sua vez, registrou média de 118,9 pontos em abril, 1,4 pontos (1,2%) em relação a março. A média é também 24,1% superior ao observado no mesmo mês do ano passado. Em abril, as cotações da manteiga subiram, impulsionadas pela expressiva demanda de importação da Ásia, mesmo com a demanda mais fraca na Europa, segundo a FAO.
Os preços do leite em pó desnatado aumentaram por causa da alta demanda de importação do Leste Asiático, induzida em parte por preocupações com possíveis atrasos nos embarques em meio a suprimentos limitados da Europa e Oceania. "Os preços dos queijos também aumentaram acompanhando a demanda da Ásia, e com a menor produção na Europa, além do declínio sazonal da oferta da Oceania", informa a organização. As cotações do leite em pó integral caíram ligeiramente, em função da queda na demanda de importação para os suprimentos, após um alto volume comercializado recentemente.
Na sondagem mensal da FAO, o subíndice de preços das Carnes apresentou média de 101,8 pontos em abril, o que indica crescimento de 1,7 pontos acima (1,7%) ante março. É o sétimo aumento mensal consecutivo, que elevou o índice para 5,1% em comparação com o verificado em abril do ano passado.
Conforme a FAO, no mês de abril as cotações internacionais das carnes bovina e ovina aumentaram, sustentadas pela sólida demanda do Leste Asiático, em meio à oferta restrita da Oceania por causa da contínua reconstrução do rebanho e baixos estoques. "Vendas internas em regiões produtoras também sustentaram os resultados", explica a FAO.
Acompanhando os bons resultados, as cotações da carne suína se firmaram com as contínuas altas compras do Leste Asiático, apesar do aumento geral dos embarques da União Europeia, enquanto a Alemanha continuou sem acesso ao mercado chinês por causa das preocupações com a peste suína africana. Já os preços da carne de frango permaneceram estáveis, em função de mercados globais geralmente equilibrados.
A FAO calculou, ainda, que o subíndice de preços do açúcar ficou, em média, em 100,0 pontos em abril, alta de 3,8 pontos (3,9%) ante março, atingindo quase 60% acima dos registrados em abril do ano passado.
"A recuperação de abril nos preços do açúcar foi motivada por fortes compras em meio a preocupações com a oferta global mais restrita com a safra 2020/21, devido ao lento progresso da colheita no Brasil e aos danos causados pela geada na França", ressalta a FAO.
Segundo a entidade, o apoio adicional veio da valorização do real frente ao dólar norte-americano, que tende a afetar os embarques do Brasil. No entanto, a pressão ascendente sobre os preços foi ligeiramente limitada pelas perspectivas de grandes exportações da Índia e pela rápida descida dos preços do petróleo bruto.