Publicado 06/05/2021 17:48
Estudo divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) revela que a atividade econômica no Brasil experimentou retração de 6,7% no período de 12 meses, iniciado em março de 2020, com o surgimento da pandemia do novo coronavírus, até fevereiro de 2021.
O levantamento O impacto regional da pandemia nos três grandes setores econômicos mostra quais os estados brasileiros sofreram mais fortemente os efeitos da covid-19.
Para isso, os economistas da Firjan usaram dados disponibilizados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para os três grandes setores da economia (indústria, comércio e serviços).
O gerente de Estudos Econômicos da Firjan, Jonathas Goulart, disse hoje (6) à Agência Brasil que somente 14 unidades da federação têm informações mensais para as pesquisas do IBGE. Juntos, esses estados representam 87,8% do Produto Interno Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país) nacional.
Serviços
No setor de serviços, os estados da Bahia e do Ceará, que têm maior peso do setor no PIB, apresentam as piores taxas, de -16,2,% e -15,3%, respectivamente. “Os estados que têm atividade de serviços mais forte dentro da sua produção, do seu PIB, acabaram tendo mais bens impactados e sofrendo mais os revezes da pandemia do novo coronavírus, ao passo que os estados que têm indústria mais forte acabaram sofrendo menos”, afirmou.
No setor de serviços, os estados da Bahia e do Ceará, que têm maior peso do setor no PIB, apresentam as piores taxas, de -16,2,% e -15,3%, respectivamente. “Os estados que têm atividade de serviços mais forte dentro da sua produção, do seu PIB, acabaram tendo mais bens impactados e sofrendo mais os revezes da pandemia do novo coronavírus, ao passo que os estados que têm indústria mais forte acabaram sofrendo menos”, afirmou.
No Rio de Janeiro, onde o setor tem peso de quase 70% no PIB, a queda foi de 8,6%. “São estados que têm atividade de turismo também muito forte”, destacou o economista. Em termos de país, a retração de serviços atingiu 8,3%.
Além da Bahia, do Ceará e do Rio de Janeiro, foram avaliados os resultados do Rio Grande do Sul (-13%), Pernambuco (-14,6%), Espírito Santo (-7%), São Paulo (-8,1%), Paraná (-10,6%), Goiás (-7,2%), Minas Gerais (-5,2%), Mato Grosso (-2,2%), Santa Catarina (-2,9%) e Pará (-0,7%). Na análise setorial, o setor de serviços teve taxa positiva somente no Amazonas (+0,6%), explicada pelo desempenho do segmento de logística, que teve grande escalada de demanda por conta do crescimento das vendas 'online'.
Comércio e indústria
No comércio, metade dos estados analisados registrou taxa negativa. São eles Bahia (-8,5%), Rio Grande do Sul (-6,7%), Ceará (-5,7%), São Paulo (-4,4%), Rio de Janeiro (-4,2%), Goiás (-3,1%) e Paraná (-1,2%).
No comércio, metade dos estados analisados registrou taxa negativa. São eles Bahia (-8,5%), Rio Grande do Sul (-6,7%), Ceará (-5,7%), São Paulo (-4,4%), Rio de Janeiro (-4,2%), Goiás (-3,1%) e Paraná (-1,2%).
No Brasil, a atividade do comércio caiu 1,9% entre março de 2020 e fevereiro deste ano. Pará teve o melhor desempenho no comércio (+8,1%), explicado, principalmente, pelas vendas no e-commerce ( comércio eletrônico). O setor evoluiu de forma positiva também em Pernambuco e Mato Grosso (+0,1% cada), Santa Catarina (+1,9%), Amazonas (+2,4%), Minas Gerais (+2,8%) e Espírito Santo (+3,6%).
Segundo o economista, a indústria no Rio de Janeiro, em especial a indústria extrativa, conseguiu manter a trajetória de produção, “mesmo em ano de pandemia”. Isso fez com que a atividade industrial do estado impedisse uma queda maior da atividade econômica no estado. A atividade industrial caiu 2,1% no estado, nos 12 meses analisados, metade da queda registrada para o setor no Brasil (-4,2%).
A indústria registrou taxa positiva somente em Pernambuco (+3%) e no Pará (+0,1%). Nesse estado, o destaque vai para a indústria extrativa, impulsionada pelas exportações de mínério de ferro, informou Goulart.
As maiores quedas no setor industrial foram observadas no Espírito Santo (-13,9%) e na Bahia (-9,3%). Na Bahia, segundo Goulart, o estado sofreu muito com a queda da produção de veículos (-55,5% na taxa acumulada em doze meses até fevereiro de 2021), intensificada pelo fechamento da fábrica da Ford, em Camaçari.
Ranking
O estudo traça ainda um ranking de desempenho da atividade econômica, levando em consideração o peso de cada setor no respectivo PIB de cada estado. A percepção é que os estados com maior peso do setor de serviços no PIB tiveram a maior queda em sua atividade econômica nos doze meses avaliados. É o caso da Bahia (-13,5%) e do Ceará (-12%). No sentido inverso, o único estado com aumento da atividade foi o Pará (+0,6%).
O estudo traça ainda um ranking de desempenho da atividade econômica, levando em consideração o peso de cada setor no respectivo PIB de cada estado. A percepção é que os estados com maior peso do setor de serviços no PIB tiveram a maior queda em sua atividade econômica nos doze meses avaliados. É o caso da Bahia (-13,5%) e do Ceará (-12%). No sentido inverso, o único estado com aumento da atividade foi o Pará (+0,6%).
Nos demais estados, a atividade econômica foi negativa no Rio Grande do Sul (-10,5%), em Pernambuco (-7,9%), no Espírito Santo (-7,7%), em São Paulo (-6,9%), no Paraná (-6,8%), no Rio de Janeiro (-6,6%), em Goiás (-5,1%), em Minas Gerais (-2,9%), no Mato Grosso (-2,5%), em Santa Catarina e no Amazonas (-2,1% cada).
Para a Firjan, diante do comportamento crítico da atividade econômica nos estados analisados, a velocidade e o sucesso do programa de imunização contra a covid-19 são fundamentais para que o país consiga superar a crise gerada pela pandemia.
A partir da identificação do padrão de recuperação das economias e dos três setores nesses estados, os economistas da federação pretendem atualizar o estudo, identificando a velocidade dessa recuperação.
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