Publicado 05/06/2021 09:00 | Atualizado 28/06/2021 15:56
Rio - No dia Mundial do Meio Ambiente um perigo vindo do Brasil cresce o potencial de efeito estufa: os gases gerados em aparelhos de ar condicionado antigos e que possuem efeito até cinco vezes superior ao do desmatamento do Pantanal.
“Enquanto os gases estão nos aparelhos, não causam problema. O impacto é quando há vazamento, bastante comum, ou se não houver manejo correto ao fim da vida útil”, destaca Rodolfo Gomes, diretor-executivo do International Energy Initiative (IEI-Brasil), lembrando que o descarte da maioria dos equipamentos ainda é feito de maneira inadequada no país. Eles são 2 mil vezes mais prejudiciais ao efeito estufa do que o gás carbônico.
“Enquanto os gases estão nos aparelhos, não causam problema. O impacto é quando há vazamento, bastante comum, ou se não houver manejo correto ao fim da vida útil”, destaca Rodolfo Gomes, diretor-executivo do International Energy Initiative (IEI-Brasil), lembrando que o descarte da maioria dos equipamentos ainda é feito de maneira inadequada no país. Eles são 2 mil vezes mais prejudiciais ao efeito estufa do que o gás carbônico.
Segundo ela, o país precisa atualizar suas indústrias, já que os equipamentos de refrigeração e ar condicionado estão obsoletos em muitos escritórios e residências, apresentando baixa eficiência energética, o que eleva desnecessariamente os gastos de famílias, governos e empresas com a conta de luz.
"Quando falamos de ar condicionando mais eficiente também vale para as empresas que fabricam os equipamentos. Quando a indústria faz uma boa gestão energética do processo, ela está economizando energia e fazendo a mesma quantidade de aparelhos. Com isso, ela vai emitir menos poluentes. Ela economizará também água e matéria-prima", reforça o especialista.
"Quando falamos de ar condicionando mais eficiente também vale para as empresas que fabricam os equipamentos. Quando a indústria faz uma boa gestão energética do processo, ela está economizando energia e fazendo a mesma quantidade de aparelhos. Com isso, ela vai emitir menos poluentes. Ela economizará também água e matéria-prima", reforça o especialista.
Para os consumidores, o diretor-executivo do IEI-Brasil revela algumas dicas para reduzir o consumo e afetar menos o meio ambiente.
"Não precisa colocar o ar condicionado em 17°C. Em 23°C ou 24°C já será uma temperatura térmica muito boa. Assim, o consumidor gastará menos energia. Outra dica é não deixar janela aberta ou frestas em que possa entrar ar quente ou sair o ar que está resfriando o quarto. Ter cortina na janela ajuda para bloquear a entrada direta do sol. Além de limpar periodicamente o filtro do ar, que fica com poeira acumulada e isso também faz que o aparelho puxe mais energia".
"Não precisa colocar o ar condicionado em 17°C. Em 23°C ou 24°C já será uma temperatura térmica muito boa. Assim, o consumidor gastará menos energia. Outra dica é não deixar janela aberta ou frestas em que possa entrar ar quente ou sair o ar que está resfriando o quarto. Ter cortina na janela ajuda para bloquear a entrada direta do sol. Além de limpar periodicamente o filtro do ar, que fica com poeira acumulada e isso também faz que o aparelho puxe mais energia".
Um relatório de novembro de 2020 do Observatório do Clima revelou que o Brasil é o quinto maior emissor de gases de efeito estufa do planeta e que, em 2019, as emissões registraram o maior aumento desde 2003. Hoje, estima-se que o território nacional tenha mais de 28 milhões de aparelhos instalados, com tendência de crescimento anual de 10%.
Sobre a emissão de gases em 2020 e 2021, anos com a pandemia da covid-19, o especialista explica que não é possível garantir que existirá uma redução.
"Depende dos setores. Pode ter uma redução, porque existe uma diminuição do consumo de energia, inclusive, pela crise econômica e circulação de veículos. Porém, o aumento do desmatamento e com o balanço de todas emissões pode ser que o Brasil tenha um aumento nas emissões dos gases. Caso tenha uma redução é exceção, não foi nada feito de forma estrutural pelo país", disse Rodolfo Gomes.
"Depende dos setores. Pode ter uma redução, porque existe uma diminuição do consumo de energia, inclusive, pela crise econômica e circulação de veículos. Porém, o aumento do desmatamento e com o balanço de todas emissões pode ser que o Brasil tenha um aumento nas emissões dos gases. Caso tenha uma redução é exceção, não foi nada feito de forma estrutural pelo país", disse Rodolfo Gomes.
Quantidade de gases hidrofluorcarbonetos (HFCs) importados pelo Brasil em 2019, último ano do estudo, equivale a:
* 82% das emissões provocadas pelo desmatamento do Cerrado em 2019
* 86% das emissões provocadas pelo desmatamento da Mata Atlântica em 2019
* 6,7 vezes as emissões do que foi desmatado na Caatinga em 2019
* 8,3% de todas as emissões do setor de energia em 2019
* 36% de todas as emissões advindas de processos industriais em 2019
* 1,3 vezes o que o setor residencial emitiu em 2019
* 86% das emissões produzidas pela geração de eletricidade em 2019
* 17% das emissões do setor de Transportes
* 153% das emissões do setor de refino de petróleo em 2019
* 19% do total de emissões do setor rodoviário em 2019
* 3,4 vezes do que foi emitido pelo setor de aviação em 2019
* 82% das emissões provocadas pelo desmatamento do Cerrado em 2019
* 86% das emissões provocadas pelo desmatamento da Mata Atlântica em 2019
* 6,7 vezes as emissões do que foi desmatado na Caatinga em 2019
* 8,3% de todas as emissões do setor de energia em 2019
* 36% de todas as emissões advindas de processos industriais em 2019
* 1,3 vezes o que o setor residencial emitiu em 2019
* 86% das emissões produzidas pela geração de eletricidade em 2019
* 17% das emissões do setor de Transportes
* 153% das emissões do setor de refino de petróleo em 2019
* 19% do total de emissões do setor rodoviário em 2019
* 3,4 vezes do que foi emitido pelo setor de aviação em 2019
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