Publicado 19/08/2021 16:54
O famoso prato feito dos brasileiros, com os principais alimentos dos brasileiros, sofreu um aumento nos últimos 12 meses. De acordo com levantamento feito pelo FGV IBRE, o reajuste foi de 22,57%. Os itens que mais pesaram foram o arroz, tomate, carne e frango.
No caso do arroz, o aumentou foi de 37,5% em julho deste ano, o tomate sofreu reajuste de 37,24%, carne 32,69%, frango subiu para 22,73%, feijão preto avançou para 18,46%.
O pesquisador e economista do FGV IBRE Matheus Peçanha explica que o aumento dos preços dos alimentos do prato feito estão sendo causados ainda pela alta na demanda por gêneros alimentícios por causa da pandemia do coronavírus. "Há ainda a questão da incerteza com a pandemia, o aumento na procura nos supermercados que provoca essa alta na demanda", pontua ele.
Outro ponto que provocou esse aumento no prato brasileiro no segundo semestre deste ano foi a escalada do câmbio, que estimulou exportações, reduzindo oferta interna, sobretudo no caso do arroz, do feijão e das carnes bovina e de frango.
"O câmbio desfavorável provoca o crescimento das exportações, por exemplo, as carnes com o impacto da demanda chinesa. Com isso, desfavorece a oferta interna, com a redução da oferta e elevando os preços no país", explica Peçanha.
Além disso, outro fator foi acrescido nesses últimos meses. As geadas vêm provocando uma mudança no preço dos alimentos. De acordo com o pesquisador, esse reflexo das condições climáticas adversas já castigavam anteriormente o Brasil com a estiagem, mas foram intensificadas nesse último ano. Assim, as hortaliças e legumes, com suas lavouras de curto prazo, sofreram mais no período recente, levando a alface a um acúmulo de quase 10% e o tomate a mais de 30%.
"A estiagem também impacta na proteína, pois reduz as pastagens do gado e encarece o milho e a soja, que servem de ração pro boi e para as aves", explica o economista.
Embora no início do ano o aumento tenha sido de 60%, o reajuste levantado pela pesquisa no mês de julho ainda é muito significativo. "Viemos de um aumento de mais de 60%, que era muito alto, mas a recente pesquisa não diminui. Ainda são patamares elevados se comparados com o período anterior ao início da pandemia da covid-19", explica o pesquisador do FGV IBRE.
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