Publicado 06/09/2021 15:35
Após quatro meses seguidos de captações líquidas na poupança, os saques superaram os depósitos em R$ 5,467 bilhões em agosto, informou nesta segunda-feira, 6, o Banco Central.
Em agosto, os aportes na poupança somaram R$ 295,901 bilhões, enquanto os saques foram de R$ 301,369 bilhões. Este movimento gerou a retirada líquida total de R$ 5,467 bilhões no mês. Considerando o rendimento de R$ 2,719 bilhões da caderneta em agosto, o saldo total das contas chegou a R$ 1,036 trilhão.
Agosto foi o quarto mês de 2021 em que os saques superaram os depósitos na poupança. Nos meses de janeiro, fevereiro e março, os brasileiros também haviam retirado recursos da caderneta. No acumulado de janeiro a agosto, a população retirou R$ 15,629 bilhões líquidos da caderneta. Em 2020, em meio à pandemia do novo coronavírus, a poupança havia registrado dez meses consecutivos de depósitos líquidos (de março a dezembro).
No ano passado, a caderneta havia sido favorecida pelo pagamento de auxílios à população. Além disso, ela foi impulsionada em 2020 pela maior cautela das famílias brasileiras. Preocupadas com a renda futura e com medo do desemprego, muitas delas reduziram gastos e passaram a aplicar recursos na caderneta, o que elevou o saldo. Este movimento foi o que o próprio BC chamou de "poupança precaucional".
Em contrapartida, as famílias passaram a enfrentar, no início de 2021, as tradicionais despesas de início de ano (IPTU, IPVA, matrículas de filhos em escolas particulares e gastos com material escolar), além de um ambiente ainda negativo para a economia. Nos primeiros meses do ano, o governo não pagou o auxílio emergencial, o que também impactou os saldos.
Estes fatores favoreceram os saques na poupança de janeiro a março, com muitos brasileiros precisando de recursos para fechar as contas. De abril a agosto, porém, o resultado positivo foi influenciado pela volta do pagamento do auxílio emergencial para uma parcela da população. Os depósitos começaram a ser feitos em 6 de abril. Agora, em meio à alta da inflação, a poupança voltou a registrar mais retiradas que aportes.
A poupança é remunerada atualmente pela taxa referencial (TR), que está em zero, mais 70% da Selic (a taxa básica de juros), hoje em 5,25% ao ano. Na prática, a remuneração atual da poupança é de 3,675% ao ano. O porcentual não cobre necessariamente a inflação. Esta regra de remuneração da poupança vale sempre que a Selic estiver abaixo dos 8,50% ao ano Quando estiver acima disso, a poupança é atualizada pela TR mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano).
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