Publicado 09/09/2021 13:00 | Atualizado 09/09/2021 13:20
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrado em agosto foi de 0,87%, a maior variação para o mês desde 2000, quando o índice foi a 1,31%. Embora a taxa tenha ficado abaixo dos 0,96% registrados em julho. No ano, o IPCA já acumula alta de 5,67% e, nos últimos 12 meses, de 9,68%.
Oito dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram alta no último mês. A maior variação, de 1,46%, veio do setor de transportes. A segunda maior contribuição, de 1,39% é proveniente do setor de alimentação e bebidas, que acelerou em relação ao mês anterior (0,60%). Na sequência, veio o setor de habitação com 0,68%. Os demais grupos ficaram entre o -0,04% de saúde e cuidados pessoais e o 1,02% de vestuário.
O resultado dos transportes foi influenciado pela alta de 2,96% dos combustíveis, acima da registrada no mês anterior (1,24%). A gasolina subiu 2,80% e teve o maior impacto individual no índice do mês. Os demais combustíveis também subiram: etanol (4,50%), gás veicular (2,06%) e óleo diesel (1,79%).
“O preço da gasolina é influenciado pelos reajustes aplicados nas refinarias de acordo com a política de preços da Petrobras. O dólar, os preços no mercado internacional e o encarecimento dos biocombustíveis são fatores que influenciam os custos, o que acaba sendo repassado ao consumidor final. No ano, a gasolina acumula alta de 31,09%, o etanol 40,75% e o diesel 28,02%”, explicou o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.
"A inflação de 0,87% do mês de agosto de 2021 veio bem acima das expectativas dos analistas que projetavam que essa variação seria de 0,7%. O principal peso desse aumento de inflação é o segmento de transportes, impulsionado pelo reajuste no preço generalizado dos combustíveis. Outro item que pesou na inflação foi o de alimentos e bebidas, o que significa que esse conjunto transportes e alimentação afeta diretamente a população de mais baixa renda, ou seja, a inflação está acabando com o poder de compra das famílias. Isso pode ser sentido pela diminuição e piora na qualidade dos alimentos", analisou o economista Gilberto Braga.
O economista reforçou, ainda, que a expectativa para este mês é que essas altas sejam ainda mais marcantes: "A má notícia é que a inflação de setembro, mês que acabou de começar, já virá mais alta por conta da criação da bandeira tarifária de crise emergencial nas contas de luz. Isso já projeta que, em um acumulado de 12 meses para setembro, teremos no IPCA um índice superior a 10%, o que é praticamente o dobro do teto máximo projetado pelo governo para esse ano. Isso mostra que os problemas econômicos saíram de controle e que de alguma maneira, a inflação que há muito tempo não era um fantasma, volta a assustar os lares dos brasileiros".
INPC
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) também teve alta de 0,88% em agosto, mas se manteve abaixo do resultado de julho (1,02%). No ano, o indicador acumula alta de 5,94% e, em 12 meses, de 10,42%, acima dos 9,85% observados nos 12 meses anteriores. Em agosto de 2020, a taxa foi de 0,36%.
Os produtos alimentícios subiram 1,29% em agosto, ficando acima do resultado de julho (0,66%). Já os não alimentícios tiveram alta de 0,75%, enquanto em julho haviam registrado 1,13%.
Entre as regiões, todas as áreas registraram alta em agosto. Brasília teve a maior variação (1,60%), influenciada pela gasolina (7,76%) e pela energia elétrica (3,67%). Já o menor índice ficou com Fortaleza (0,43%), onde pesaram as quedas nos preços do arroz (-2,81%), das carnes (-2,09%) e dos itens de higiene pessoal (-1,39%).
Os produtos alimentícios subiram 1,29% em agosto, ficando acima do resultado de julho (0,66%). Já os não alimentícios tiveram alta de 0,75%, enquanto em julho haviam registrado 1,13%.
Entre as regiões, todas as áreas registraram alta em agosto. Brasília teve a maior variação (1,60%), influenciada pela gasolina (7,76%) e pela energia elétrica (3,67%). Já o menor índice ficou com Fortaleza (0,43%), onde pesaram as quedas nos preços do arroz (-2,81%), das carnes (-2,09%) e dos itens de higiene pessoal (-1,39%).
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