Publicado 29/09/2021 16:17 | Atualizado 29/09/2021 17:01
Rio - Com o aumento no preço da carne, a produção de ovos de galinha atingiu a marca de 4,8 bilhões de dúzias em 2020, alta de 3,5% em relação a 2019. Com rendimento de R$ 17,8 bilhões, a produção foi mais um recorde da série histórica que, desde 1999, aumenta a cada ano. Os dados são da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira, 29.
"Em 2020, e em particular na pandemia, o ovo foi uma fonte de proteína alternativa mais acessível", explica Mariana Oliveira, supervisora da PPM.
Economista e professora do Ibmec RJ, Ana Beatriz Moraes indica que o crescimento na produção de ovos reflete uma mudança no consumo das famílias. Ela lembra, ainda, que o valor da carne disparou no ano passado. Com isso, os brasileiros passaram a substituir a carne pelo ovo. "O ovo é uma proteína mais barata e mais acessível para a maioria da população", acrescenta.
Segundo a professora, a oferta interna de carne caiu devido à demanda externa, o que contribuiu para o aumento no valor da proteína. "O Brasil exporta para a China e, mesmo no estado de pandemia, seguiu exportando. O fato é que, ao exportar, reduz a quantidade de carne bovina disponível no mercado interno. Além disso, os frigoríficos lutaram com a redução de empregados em função do adoecimento das pessoas", esclarece Moraes.
Mas, afinal, a tendência de substituir a carne pelo ovo deve continuar no próximo ano? Para o economista Gilberto Braga, professor da Fundação Dom Cabral e do Ibmec RJ, "tudo indica que sim". Isso porque, segundo ele, as projeções são de que o preço da carne bovina continuará com movimento de alta no mercado interno.
"Somente uma queda abrupta da cotação do dólar no Brasil ou a eventual imposição de barreiras à exportação de carne bovina pelos países importadores, em decorrência de sanções à política ambiental, ou problemas de doenças e contaminações no rebanho podem modificar esse quadro", analisa Braga.
Produção de ovos
De acordo com o levantamento, São Paulo seguiu como o maior produtor de ovos, responsável por 25,6% do total, seguido pelo Paraná (9,4% do total nacional) e Minas Gerais (8,5%). Os cinco principais municípios produtores não mudaram: Santa Maria de Jetibá (ES), Bastos (SP), Primavera do Leste (MT), São Bento do Una (PE) e Itanhandu (MG).
O estudo também mostra que o número de galinhas criadas para produção de ovos cresceu 2%, somando 252,6 milhões. São Paulo teve o maior efetivo, com 21,4% do total nacional, seguido por Paraná (9,9%), Minas Gerais (8,3%), Rio Grande do Sul (7,9%) e Espírito Santo (7,2%). Os três municípios líderes são Santa Maria de Jetibá (ES), Bastos (SP) e São Bento do Una (PE).
Já o total de galináceos, que inclui galos, galinhas, frangos, frangas, pintinhos e pintainhas, ficou em 1,5 bilhão de aves, 1,5% maior que no ano anterior, com acréscimo de 21,7 milhões de animais.
Já o total de galináceos, que inclui galos, galinhas, frangos, frangas, pintinhos e pintainhas, ficou em 1,5 bilhão de aves, 1,5% maior que no ano anterior, com acréscimo de 21,7 milhões de animais.
Rebanho bovino
O rebanho bovino apresentou alta pelo segundo ano consecutivo em 2020, após dois anos seguidos em queda, conforme a Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM). A produção de leite de vaca também cresceu, chegando à marca recorde de 35,4 bilhões de litros, aumento de 1,5% em relação ao ano anterior. O valor de produção do leite atingiu R$ 56,2 bilhões.
No caso dos bovinos, a alta de 1,5% garantiu a marca de 218,2 milhões de cabeças de gado, segundo maior rebanho da série histórica iniciada em 1974. A alta do preço do boi gordo, do bezerro e o crescimento nas exportações de carne contribuíram para o aumento do rebanho no ano, já que o produto esteve mais valorizado.
"Havíamos passado por um período de abate de fêmeas gerando uma redução no número de animais e bezerros e isso fez com que o preço da arroba subisse. Hoje estamos num cenário de retenção de fêmeas, que, em vez de irem para o abate, são utilizadas para gerar novos animais, recompondo o rebanho", esclarece a supervisora da PPM.
No caso dos bovinos, a alta de 1,5% garantiu a marca de 218,2 milhões de cabeças de gado, segundo maior rebanho da série histórica iniciada em 1974. A alta do preço do boi gordo, do bezerro e o crescimento nas exportações de carne contribuíram para o aumento do rebanho no ano, já que o produto esteve mais valorizado.
"Havíamos passado por um período de abate de fêmeas gerando uma redução no número de animais e bezerros e isso fez com que o preço da arroba subisse. Hoje estamos num cenário de retenção de fêmeas, que, em vez de irem para o abate, são utilizadas para gerar novos animais, recompondo o rebanho", esclarece a supervisora da PPM.
Produção pecuária
O valor de produção dos principais produtos pecuários cresceu 27,1% em 2020, chegando a R$ 75,45 bilhões. A produção de leite concentrou 74,9% deste valor, seguida pela produção de ovos de galinha (23,6%), mel (0,8%), ovos de codorna (0,5%), lã (0,1%) e casulos de bicho da seda (0,1%).
A pesquisa indica, ainda, que o maior valor de produção foi na região Sudeste, com 36,3% do total, seguida pela região Sul, com 31,9% (R$ 24,04 bilhões). Minas Gerais foi líder em valor de produção: R$ 17,8 bilhões, sendo 89,8% desse total (R$ 15,99 bilhões) proveniente da produção de leite.
Leite bate recorde
A produção de leite de vaca também aumentou no último ano, somando 35,4 bilhões de litros - elevação de 1,5% em comparação ao ano anterior. O valor de produção atingiu R$ 56,2 bilhões. Essa alta vem do ganho de produtividade, já que o efetivo de 16,2 milhões de vacas ordenhadas foi 0,8% menor em relação ao ano anterior. Minas Gerais continua líder na produção de leite: 9,7 bilhões de litros, ou 27,3% do total, nacional, com alta de 2,6% no ano.
Dos dez principais municípios nesse segmento, sete são mineiros, mas o primeiro lugar coube a Castro, no Paraná, responsável por 363,9 milhões de litros de leite, com alta anual de 30,0% e valor de produção chegando a R$ 651,4 milhões. Em segundo lugar veio Carambeí (PR), com alta de 24,9% em sua produção, totalizando 224,8 milhões de litros de leite, e R$ 402,4 milhões em valor de produção. Patos de Minas (MG) caiu para a terceira posição, com 195,0 milhões de litros (-0,4%) e com valor de produção de R$ 352,9 milhões (alta de 39,7%).
Dos dez principais municípios nesse segmento, sete são mineiros, mas o primeiro lugar coube a Castro, no Paraná, responsável por 363,9 milhões de litros de leite, com alta anual de 30,0% e valor de produção chegando a R$ 651,4 milhões. Em segundo lugar veio Carambeí (PR), com alta de 24,9% em sua produção, totalizando 224,8 milhões de litros de leite, e R$ 402,4 milhões em valor de produção. Patos de Minas (MG) caiu para a terceira posição, com 195,0 milhões de litros (-0,4%) e com valor de produção de R$ 352,9 milhões (alta de 39,7%).
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