Publicado 04/10/2021 13:15
Diante da falta de carros nas concessionárias, as vendas de veículos novos caíram 25,33% em setembro, se comparadas ao mesmo período de 2020. No total, 155,08 mil unidades foram vendidas, entre carros de passeio, utilitários leves, como picapes e vans, caminhões e ônibus.
O resultado foi divulgado nesta segunda-feira pela Fenabrave, a associação que representa as concessionárias. Na comparação com agosto, o recuo foi de 10,24%, completando, assim, o quarto mês consecutivo de queda nos emplacamentos.
No acumulado desde o início do ano, as vendas chegaram a 1,577 milhão de veículos no mês passado, 14,78% a mais do que no mesmo período de 2020.
A base de comparação, contudo, é fraca, já que no ano passado as vendas foram comprometidas pela chegada da pandemia ao País, que causou, inclusive, o fechamento de revendas de carros em alguns dos maiores mercados brasileiros por pelo menos dois meses.
Componentes
Agora, o problema está na oferta. Por falta de componentes eletrônicos nas linhas de montagem, dada a escassez mundial de semicondutores, diversas montadoras estão parando a produção.
Em nota, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, ponderou que a falta de veículos novos, por escassez de componentes da indústria, é um fenômeno global e afeta diversos países do mundo. "Vivemos, hoje, possivelmente, o ponto mais crítico dessa crise de abastecimento de veículos, mas acredito que, nos primeiros meses de 2022, teremos uma clareza maior sobre a resolução do problema", pontuou.
Projeções
A situação levou a Fenabrave a, mais uma vez, revisar as projeções para o ano. A federação entendeu que a projeção de crescimento calculada em julho, de alta de 11,6% nas vendas de novos veículos ante 2020, não condiz mais com a realidade. Agora, a nova estimativa é de alta bem menor, 4,8%.
Motos
As vendas de motos tiveram crescimento de 9,26% em setembro, na comparação com igual período do ano passado, informou nesta segunda-feira a Fenabrave, entidade que representa as concessionárias. No total, 108,8 mil unidades foram vendidas no mês, único segmento do setor automotivo a ter alta ante agosto, de 5,98%.
Em um cenário em que o setor automotivo tem tido dificuldades de ofertar carros nas concessionárias, por uma escassez mundial de semicondutores, que afeta as linhas de montagem, as vendas de motos têm se destacado.
"A produção está sendo absorvida pelo mercado. A procura por motocicletas cresceu na pandemia e é interessante observar como essa tendência ficará no futuro, especialmente, nas grandes cidades", diz, em nota, o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior.
Por isso, a federação revisou para cima a projeção de venda de novas motos neste ano. A estimativa subiu de um crescimento de 16,2% ante 2020, previstos em julho, para 22,9%.
Nos primeiros nove primeiros meses do ano, o número motos vendidas cresceu 33,34%, somando 841,5 mil unidades emplacadas.
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