Joaquim Silva e Luna, presidente da PetrobrasMarcelo Camargo / Agência Brasil
Publicado 17/10/2021 17:03
O presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna disse que a Petrobras não tem capacidade para controlar o preço dos combustíveis, pois, segundo ele, as variações passam por "incômodas verdades" que são pouco apelativas. Entre as razões estariam a alta do dólar e o preço das commodities.
“O fortalecimento do dólar em âmbito global e, em especial, no Brasil, tem alavancado os preços das commodities e incrementado a inflação. Mas essas incômodas verdades não parecem muito apelativas”, afirmou Silva e Luna ao portal UOL, em uma entrevista publicada neste domingo, 17.
A Petrobras adora desde 2016 o modelo de PPI (Preço de Paridade de Importação), sendo assim, a variação dos combustíveis acompanha a variação do preço nos mercados internacionais.

“É importante entender que a Petrobras não tem nem a capacidade, nem a legitimidade para controlar os preços de combustíveis praticados no Brasil”, justificou Silva e Luna.
Privatização
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira, 14, que, em razão das críticas que vem sofrendo pelo aumento do preço do gás de cozinha e dos combustíveis, já estuda a possibilidade de privatização da Petrobras. Em entrevista concedida à rádio "Novas de Paz", de Pernambuco, Bolsonaro novamente culpou a cobrança do ICMS, imposto estadual, pelo preço da gasolina e se eximiu de culpa.
Silva e Luna defende que essa questão é preocupação do governo federal. Mas ressalta que mesmo com a alta dos preços a empresa segue dando lucro aos acionistas, entre eles a própria União.

“No Brasil, a gasolina não está barata. A inflação se acelerou. E há quem atribua a culpa à Petrobras. E não veem que, nesse ambiente caótico, graças à sua gestão eficiente, a empresa tem conseguido gerar lucro capaz de pagar suas dívidas, investir fortemente e pagar tributos e dividendos", declarou.

Transição energética
O general afirmou também que presente usar parte desses lucros para investir na transição do modelo energético brasileiro. Além disso, rebateu a acusação que só pensa nos acionistas privados, feita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira.

“A Petrobras não persegue o lucro pelo lucro, mas porque precisa fazer investimentos de olho na transição energética e, por isso tem pressa no pré-sal", finalizou.
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