Publicado 19/11/2021 15:46
Rio - Beneficiários do Auxílio Brasil que pretendem baixar o aplicativo do programa devem ficar atentos para não cair em uma cilada. Isso porque, mais de dez plataformas falsas já foram criadas utilizando o nome do benefício. Nessas ocasiões, criminosos se aproveitam da oportunidade para roubar e até fraudar os dados dos usuários. Por isso, O DIA procurou especialistas que deram orientações sobre como descobrir se um aplicativo é original ou não.
Em primeiro lugar, é importante entender quais são os possíveis riscos de cair nesse golpe. "Esses aplicativos falsos são utilizados para coletar, indevidamente, os dados dos usuários. São como iscas, podendo fornecer acesso indevido a todas as informações constantes nos aparelhos celulares daqueles que baixarem. Pode ser acessando os dados do celular, através de uma autorização dada pelo usuário, que acredita ser para o aplicativo legítimo, ou, até mesmo o próprio aplicativo pode solicitar um cadastro no qual o usuário informará seus dados, como NIS, CPF, número de telefone e endereço", explicou Vitória Bernardi, diretora jurídica da Russell Bedford Brasil, empresa de auditoria com especialidade em fraudes eletrônicas.
Esse furto de dados pode resultar em diversas outras consequências para o usuário como propagandas e spam, roubo de identidade e extorsão. "O fraudador pode manipular o usuário, através de propagandas e spam, pode utilizar dos dados pessoais para repasse, acessar contatos salvas no celular para roubo de identidade ou extorsão. Os prejuízos podem ser imensos quando se fala em roubo de identidade, podendo reverter em prejuízo a sua imagem, com vazamento de fotos e vídeos, por exemplo", acrescentou.
Como descobrir se um aplicativo é falso?
Na hora de baixa qualquer aplicativo, todo cuidado é pouco. É importante que o beneficiário fique sempre atento aos detalhes sobre a ferramenta disponibilizada como o desenvolvedor e as avaliações. Caso os comentários sejam poucos ou negativos, vale desconfiar. O aplicativo oficial do programa se chama "Auxílio Brasil CAIXA", seu desenvolvedor é a própria Caixa Econômica Federal e a imagem tem um fundo azul com o logotipo de campanha do benefício.
"É Importante que se tenha muita atenção ao baixar aplicativos, buscando todas as informações possíveis sobre o aplicativo antes de realizar o download, como por exemplo, quem foi o responsável pelo desenvolvimento, confirmando que foi um órgão oficial do governo no caso do Auxilio Brasil, o proprietário do app que consta na Store é a Caixa Econômica Federal", concluiu Verônica.
A Psafe, empresa especializada em cibersegurança, alertou, ainda, para outros cuidados que devem ser tomados: "Para ter certeza de que é um app confiável, sempre vá em “Sobre este app” para verificar algumas informações. Também desconfie se as permissões solicitadas pelo aplicativo não condizem com as funções que ele exerce e pesquise os sites oficiais, verifique quem é o desenvolvedor dos apps que vai baixar em seus dispositivos corporativos, leia as avaliações de usuários e suspeite caso sejam insuficientes ou negativas".
Outras alternativas
Vale ressaltar também que não é necessário ter o aplicativo para receber o benefício. Lá, estão disponíveis as parcelas, os valores e datas de pagamento, mas essas informações também podem ser encontradas no aplicativo Caixa Tem. Aqueles que quiserem apenas descobrir se têm direito ao Auxílio Brasil, podem ligar para a central telefônica do banco pelo número 111, que funciona de segunda a domingo, das 7h às 22h.
Já baixei o aplicativo, e agora?
Caso o usuário já tenha realizado o download de um aplicativo falso, a primeira atitude é excluir a ferramenta e, assim, retirar qualquer permissão no celular que tenha sido concedida. A partir desse momento, é preciso muita atenção para evitar que os dados, que já podem ter sido roubados, sejam usados indevidamente. É importante também trocar todas as senhas que estariam salvas no aparelho.
"Se tiver informado dados no aplicativo, como informações bancárias, por exemplo, é importante considerar o cancelamento do cartão para evitar compras indevidas. Nesses caso, cabe também informar a instituição financeira. Pode-se considerar até a realização de Boletim de Ocorrência, para evitar que os dados venham a ser utilizados indevidamente", orientou diretora jurídica da Russell Bedford Brasil.
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