Publicado 24/11/2021 17:23 | Atualizado 24/11/2021 18:16
Um levantamento feito pela Associação de Supermercados do Rio de Janeiro (Asserj) com as 20 maiores redes de supermercado do Rio revelou que o preço praticado pela indústria na venda de carne de segunda, aos mercados, caiu em média 26%, em relação ao último mês. Segundo os dados, referentes aos primeiros 20 dias de novembro, o preço reduziu por conta do embargo imposto pela China em relação às importações de frigoríficos brasileiros.
De acordo com a Asserj, a carne, por ser um produto com validade curta, tem maior rotatividade no mercado, o que acaba gerando impactos de forma mais rápida no consumidor quando há movimentações no mercado.
Segundo o Embrapa, no ano passado o Brasil conquistou o posto de maior exportador de carnes do mundo, com 2,2 milhões de toneladas e 14,4% do mercado internacional, na frente de países como Austrália, Estados Unidos e Índia.
O bom desempenho nas exportações acaba diminuindo, invariavelmente, a oferta no mercado interno. Com a impossibilidade de venda para a China, um dos maiores compradores de carne bovina brasileira, o aumento da disponibilidade interna impactou diretamente no preço praticado pelos mercados.
“Com a suspensão das importações pela China, a oferta da carne de segunda aumentou no Brasil. Isso fez com que os preços caíssem em média 26%. Em um momento de inflação, essa é uma notícia animadora para o bolso do consumidor”, disse Fábio Queiroz, presidente da Asserj.
A alta de preços vista nos últimos meses, no entanto, ainda afeta diretamente o orçamento dos consumidores. A grande questão por trás dos patamares elevados da carne bovina no país pode ser explicada com as mudanças no setor durante a pandemia, afirma o economista e professor do Ibmec Tiago Sayão.
“Muitos frigoríficos, durante a pandemia, acabaram ajustando suas plantas industriais para abastecer exclusivamente o mercado internacional. (...) Quando você pensa no pecuarista, ele vai avaliar como vai vender o quilo da carne [no mercado interno] comparando a renda que ele recebe em dólar. Como você tem uma diferença expressiva na taxa de câmbio, isso acaba aumentando os preços no mercado interno”, explica o economista.
O grande problema em relação a basear esse mercado no ganho com a moeda estrangeira, é a dificuldade na redução de preços nas outras etapas. No caso da pecuária, a possibilidade de diminuição das margens praticadas por supermercados é muito inferior à da indústria, pontua o especialista.
“O varejo sempre vai trabalhar com margens muito pequenas, porque o ganho sempre acaba sendo nas etapas anteriores. A relação entre o pecuarista, o frigorífico e a indústria detém a maior possibilidade de aumento das margens. Por ser uma commodity, ele vai sempre avaliar a possibilidade de aumentar essa margem vendendo no mercado internacional”, afirma.
De acordo com a Asserj, a carne, por ser um produto com validade curta, tem maior rotatividade no mercado, o que acaba gerando impactos de forma mais rápida no consumidor quando há movimentações no mercado.
Segundo o Embrapa, no ano passado o Brasil conquistou o posto de maior exportador de carnes do mundo, com 2,2 milhões de toneladas e 14,4% do mercado internacional, na frente de países como Austrália, Estados Unidos e Índia.
O bom desempenho nas exportações acaba diminuindo, invariavelmente, a oferta no mercado interno. Com a impossibilidade de venda para a China, um dos maiores compradores de carne bovina brasileira, o aumento da disponibilidade interna impactou diretamente no preço praticado pelos mercados.
“Com a suspensão das importações pela China, a oferta da carne de segunda aumentou no Brasil. Isso fez com que os preços caíssem em média 26%. Em um momento de inflação, essa é uma notícia animadora para o bolso do consumidor”, disse Fábio Queiroz, presidente da Asserj.
A alta de preços vista nos últimos meses, no entanto, ainda afeta diretamente o orçamento dos consumidores. A grande questão por trás dos patamares elevados da carne bovina no país pode ser explicada com as mudanças no setor durante a pandemia, afirma o economista e professor do Ibmec Tiago Sayão.
“Muitos frigoríficos, durante a pandemia, acabaram ajustando suas plantas industriais para abastecer exclusivamente o mercado internacional. (...) Quando você pensa no pecuarista, ele vai avaliar como vai vender o quilo da carne [no mercado interno] comparando a renda que ele recebe em dólar. Como você tem uma diferença expressiva na taxa de câmbio, isso acaba aumentando os preços no mercado interno”, explica o economista.
O grande problema em relação a basear esse mercado no ganho com a moeda estrangeira, é a dificuldade na redução de preços nas outras etapas. No caso da pecuária, a possibilidade de diminuição das margens praticadas por supermercados é muito inferior à da indústria, pontua o especialista.
“O varejo sempre vai trabalhar com margens muito pequenas, porque o ganho sempre acaba sendo nas etapas anteriores. A relação entre o pecuarista, o frigorífico e a indústria detém a maior possibilidade de aumento das margens. Por ser uma commodity, ele vai sempre avaliar a possibilidade de aumentar essa margem vendendo no mercado internacional”, afirma.
Apesar da rápida queda, a China liberou, nesta terça-feira, 23, a importação dos lotes de carne bovina que foram certificados antes do embargo do dia 4 de setembro - um dia antes do anúncio dos casos de vaca louca em Minas Gerais e no Mato Grosso, que motivaram a medida. Além disso, segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo (USP), a arroba do boi gordo voltou a subir, o que comprime ainda mais a possibilidade de redução de preços ao consumidor. No último dia 12, por exemplo, a arroba foi cotada em R$ 301; já a cotação desta terça-feira, 23, traz o valor de R$ 316,90.
"A princípio, foram dois casos isolados de vaca louca, então é provável que, depois que forem esclarecidos esses casos, possivelmente ocorra a volta da normalidade em relação à importação da China. Não é um efeito que possa ser considerado permanente", explica Tiago.
Para Marco Quintarelli, consultor e especialista em varejo, com a possibilidade de aumento do interesse externo e a alta nos custos da cadeia produtiva, também não é possível afirmar que a redução dos preços se mantenha.
"Se a demanda interna for menor, com certeza os frigoríficos terão que melhorar esses preços, mas os próximos dias serão de incerteza", afirma. "Acredito que até o Natal se mantenham neste patamar. Depois não se sabe, pois tem muita coisa que influencia o mercado".
*estagiária sob supervisão de Marina Cardoso
Leia mais
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.