Leilão da Cedae vende bloco 3 que engloba bairros da Zona Oeste do Rio e 20 municípios fluminenses. Governador Cláudio Castro esteve presente com secretário da Casa Civil, Nicola Miccione, e ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério MarinhoRogerio Santana/GOV RJ
Publicado 29/12/2021 15:16
São Paulo - O bloco 3 para exploração dos serviços de distribuição de água e saneamento em 22 bairros da Zona Oeste do Rio e de 20 cidades no estado fluminense foi vendido nesta quarta-feira, 29, com arrecadação total de R$ 2,2 bilhões na segunda fase no leilão da Companhia Estadual de Águas e Esgoto  (Cedae). A região da concessão vai impactar cerca de 2,7 milhões de habitantes. 
O leilão ocorreu na Bolsa de Valores, B3, em São Paulo, e contou com a presença do governador do Rio, Cláudio Castro, do secretário estadual da Casa Civil, Nicola Miccione, do ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho. 
Com lance inicial de R$ 1,16 bilhão, o leilão foi vencido pela empresa Águas do Brasil e representa um ágio de 90%. A outra concorrente era a companhia empresa Aegea, no valor de R$ 1,572 bilhões (ágio de 35,7%), mas não conseguiu suprir o valor oferecido. 
Com a concessão, a empresa que arrematou o bloco se compromete com investimentos de R$ 4,7 bilhões ao longo de 35 anos para universalizar os serviços de fornecimento de água e tratamento de esgoto.
Além disso, também estão previstos nesta fase R$ 13,6 bilhões de investimentos em operação e manutenção. Os recursos obtidos através do leilão desta quarta vão para o caixa do governo do Rio e dos municípios pertencentes ao bloco. 
Os municípios que fazem parte deste bloco são os seguintes: Bom Jardim, Bom Jesus do Itabapoana, Carapebus, Carmo, Itaguaí, Itatiaia, Macuco, Natividade, Paracambi, Pinheiral, Piraí, Rio Claro, Rio das Ostras, São Fidélis, São José de Ubá, Sapucaia, Seropédica, Sumidouro, Trajano de Moraes e Vassouras, além da Zona Oeste do Rio de Janeiro (AP-5).
O bloco 3 era o único entre os quatro lotes da concessionária que havia terminado a rodada de abril sem fechar acordo para a venda. No período, havia abrangência apenas de parte da Zona Oeste e de seis municípios. Como não recebeu propostas, ao longo dos meses, o governo do Rio estudou um novo edital para uma nova tentativa futura de concessão do bloco. Com isso, recebeu mais 14 localidades de lá para cá. 
Na primeira rodada de concessões do Rio, em abril, o Estado do Rio arrecadou com as três áreas R$ 22,7 bilhões, com as outorgas mínimas totalizando pouco mais de R$ 10 bilhões. À época, a companhia Aegea, que foi derrotada no leilão do bloco 3 desta quarta-feira, arrematou dois blocos na ocasião, enquanto a Iguá Saneamento teve a concessão de um.
O governador do Rio, Cláudio Castro, comemorou mais uma etapa da concessão de lotes da Cedae. Ele falou sobre as pessoas que colocaram em dúvida a venda do bloco 3. 
"Eu não tenho dúvida do sucesso desse bloco 3, que muitos duvidavam, mas eu sabia que daria certo, porque começou e caminhou certo. Oito meses se passaram desde o dia que mudou minha trajetória e o governo do estado mostrou a nova face e para que veio", disse o governador. 
Castro ressaltou que, apesar de muitos discordarem, o governo seguiu adiante porque acreditava ser o melhor para a população fluminense. "Muitos não viam potencial. Mas, um governo pautado pelo diálogo e pela luta, não temíamos de ir a fundo no que acreditamos e no que é certo: esse leilão é o correto. Ainda todos discordando, fomos a fundo para o bem da população. Ali começamos a fazer história e a mudar a vida de mais de milhões de fluminenses", afirmou. 
“Nossa presença é muito forte no Rio de Janeiro, por isso, fazia total sentido para o grupo angariar esse bloco remanescente e continuar um trabalho de anos de investimento em infraestrutura que tem ajudado milhares de brasileiros a conquistarem sua dignidade e bem-estar. Assim, continuamos ampliando as nossas operações, sempre com o foco em manter um crescimento sustentável, com a escolha de projetos realmente viáveis”, comenta Cláudio Abduche, presidente do Grupo Águas do Brasil.
A segunda fase também prevê a geração de 4,7 mil empregos diretos e indiretos e a ampliação da tarifa social - que hoje alcança 13 mil pessoas - para 136 mil pessoas. Além disso, serão investidos R$ 1,1 bilhão nos cinco primeiros anos, com o objetivo de reduzir a poluição no Rio Guandu e R$ 354 milhões em favelas não urbanizadas na AP5.

"Hoje, o Rio de Janeiro deu mais um passo em direção a um futuro mais digno para a sua população. Com as duas fases somadas, os investimentos mínimos chegam a R$ 32 bilhões. A outorga fixa, que ajudará o estado e municípios a fazerem mais investimentos, ultrapassa R$ 24 bilhões. O leilão fecha um ano importante para o Rio de Janeiro. O ano em que o Estado se colocou novamente de pé, com a cabeça erguida", disse o secretário de estado da Casa Civil, Nicola Miccione.
Projeto nas duas fases

No total, somando com a primeira etapa realizada em abril, a concessão de saneamento vai contemplar 49 municípios, beneficiando cerca de 13 milhões de pessoas. Ao todo, serão investidos R$ 80 bilhões em operação e manutenção, além de R$ 32 bilhões de investimentos obrigatórios nos 35 anos de concessão. O projeto todo prevê investimentos de R$ 2,6 bilhões para a despoluição da Baía de Guanabara, R$ 2,9 bilhões para a despoluição da Bacia do Guandu e R$ 250 milhões para despoluição do complexo lagunar da Barra da Tijuca.

Também estiveram presentes na segunda etapa do leilão o secretário de estado do Ambiente e Sustentabilidade, Thiago Pampolha, o presidente da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae), Leonardo Soares, e o diretor de Concessões e Privatizações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fábio Abrahão.
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