Maria, Robson e Marcelo, na Planta de Confecção 4.0, que fica no Senai Cetiqt, no bairro Riachuelo - Fernanda Dias/Agencia O Dia
Maria, Robson e Marcelo, na Planta de Confecção 4.0, que fica no Senai Cetiqt, no bairro RiachueloFernanda Dias/Agencia O Dia
Por Bernardo Costa

Rio - Os avanços tecnológicos estão provocando mudanças em todos os setores produtivos. No segmento de vestuário, lojas de roupas com peças prontas em araras não existirão mais. Esqueça a cena de um vendedor indo ao estoque procurar o modelo desejado. A própria loja não será mais loja. Vai virar um ponto de retirada de produto. Após o cliente escolher os detalhes da peça em uma tela e ter as medidas mapeadas por sensores, a roupa escolhida fica pronta em apenas 20 minutos. Com a mudança, os profissionais que atuam no setor terão que adquirir novas habilidades.

O cenário descrito acima é o que propõe a Planta de Confecção 4.0, do Senai Cetiqt (Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil). "O nosso modelo integra loja e fábrica em um local reduzido. E todo o sistema pode ser operado por uma única pessoa. As equipes serão reduzidas, mas os profissionais terão que ser mais especializados, com conhecimento sobre tecnologia", diz Robson Wanka, gerente de educação da unidade.

A Planta de Confecção 4.0 usa inovações como inteligência artificial, internet das coisas, big data, robótica, realidade virtual e realidade aumentada. (entenda o funcionamento no quadro abaixo). Segundo Wanka, elas são as marcas da quarta revolução industrial, que já está em curso. "Com essas tecnologias juntas, conectadas e integradas, formamos os sistemas autônomos que estão revolucionando os processos produtivos. O nosso protótipo atende à tendência de customização em massa de produtos", analisa Wanka.

Atento às oportunidades que irão surgir, Marcelo de Sousa, de 28 anos, estuda automação industrial. Ele trabalha no ramo de confecção desde a adolescência. "Estou aprendendo sobre programação de máquinas, como fazer elas se comunicarem umas com as outras e executarem as tarefas", explica Marcelo, que opera a Planta de Confecção 4.0.

A função é exercida com o apoio da costureira Maria da Conceição, de 53 anos. Sua função é a única etapa manual do processo. "Quero me atualizar. Quem sabe eu não possa controlar o robô costureiro do futuro?", projeta.

Embora a costura não possa ser feita por máquinas autônomas, a tecnologia ensina as pessoas como fazer. Wanka posiciona um tablet sobre um QR Code e surge na tela a imagem da máquina de costura em três dimensões, ilustrando por onde as linhas devem passar.

 

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