Com os jovens cada vez mais ligados às tecnologias digitais, tornar o aprendizado atraente com utilização de novas mídias é uma necessidade em sala de aula, e também um desafio para o professor. Experiências atuais que aplicam material audiovisual na educação serão compartilhadas em oficina gratuita oferecida pela Fundação Getulio Vargas (FGV). As aulas, com inscrições abertas até o dia 15 de março, terão módulo prático, com capacitação para que o docente possa criar filmes com base no acervo histórico da Escola de Ciências Sociais/CPDOC da FGV. As vagas são para professores de qualquer disciplina, que atuem em turmas de Ensino Fundamental ou Médio, na rede pública ou privada.
"A ideia é que, a partir da produção deste curta-metragem com base em nosso acervo, os professores participantes possam atuar com autonomia para utilizar o audiovisual nas escolas. O que pode ser feito com poucos recursos, com celular ou aplicativos de edição, por exemplo", diz Thais Blank, uma das coordenadoras da oficina 'Audiovisual em sala de aula: ensino e realização', iniciativa inédita da FGV.
Junto com Vivian Fonseca, que também coordena a oficina, Thais Blank será responsável pela parte prática das aulas: o último módulo, em que os professores serão apresentados ao acervo da instituição e conhecerão as técnicas para desenvolver um roteiro cinematográfico. Ao final do processo, a turma se reunirá em grupos para realizar dois curtas-metragens documentais, de cerca de 15 minutos de duração, a partir dos roteiros apresentados pelos professores aos organizadores da oficina:
"Nessa fase, eles irão trabalhar ao lado dos funcionários do CPDOC, que serão responsáveis por funções técnicas como a edição dos filmes. Mas a concepção dos documentários será dos professores, a partir do aprendizado sobre como utilizar o audiovisual para engajar e atrair mais os alunos na apresentação de um tema histórico".
Thais cita propostas de abordagem:
"O legal é que o filme seja utilizado como um dispositivo de tarefas para os alunos. Podem ser exibidos filmes curtos, para que, em seguida, todos questionem o que foi mostrado, com o entendimento de que ele mostra um ponto de vista, não a verdade", diz.
SALA DE AULA INVERTIDA
Claudia Costin, diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais (Ceipe) da FGV/Ebape, chama atenção para o modelo de sala de aula invertida. Nele, o alunos teriam como dever de casa a tarefa de assistir a um vídeo, para aprofundá-lo em sala de aula com o professor, que se tornaria um 'assegurador de aprendizagem'.
"Na Matemática, por exemplo, o professor pode indicar um vídeo de algum youtuber sobre determinada fórmula. E, na sala de aula, aplicá-la a diferentes situações do dia a dia dos alunos, estabelecendo nexos com a realidade", diz Claudia Costin, que foi secretária municipal de Educação do Rio entre 2009 e 2014.
REALIZAÇÃO
A oficina 'Audiovisual em sala de aula: ensino e realização' acontecerá entre os dias 4 e 29 de abril, na sede da FGV, na Praia de Botafogo 190.